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Tive o privilégio, na semana passada, de conhecer de perto toda a infraestrutura do CA River Plate, em Buenos Aires, bem como sentir a importância do peso da história do clube para a cidade, para o país e no relacionamento com seus fanáticos torcedores.

Não imaginava que o Estádio Monumental, situado no bairro de Nuñez, justificasse a denominação. Mas o faz de sobra.

O clube, especialmente no estádio e em seu entorno, mantém uma instituição viva e próxima dos seus associados com inúmeras atividades desportivas, além de sociais e culturais destinadas à comunidade.

Verdadeiramente, reconheci-me na frase que afirma que o brasileiro gosta de futebol, mas o argentino gosta é do seu clube.

A saber, além do trivial das quadras poliesportivas, das piscinas, do estádio e do campo, vale destacar que, sob as arquibancadas, existem 600 metros de instalações a destacar: teatro, salas de aula para o ensino primário e para dois cursos superiores, agência bancária, gestão de projetos de responsabilidade social, restaurante para 400 pessoas, e, pasmem, a concentração do elenco profissional (reservada e com 15 quartos).

Toda a imponência traduz o forte vínculo da instituição com a comunidade que o suporta ao longo da trajetória. A história se faz presente nos relatos dos que trabalham no clube, nos painéis fotográficos do café, nas revistas e programas de jogo.

E a maior surpresa da visita foi acompanhar as últimas obras do Museo River Plate, anexo ao estádio. Belíssima obra, excelente curadoria, que dividiu os espaços internos em períodos históricos (décadas) do clube e sob um contexto da história da própria Argentina.

Um investimento maciço, inspirado no Epcot Center, da Flórida, de aproximadamente US$ 4 milhões (boa parte bancados pela Adidas, fornecedora oficial de material esportivo do clube) e impulsionado – não, os dirigentes não reconheceram – pelo exemplo de sucesso do rival Boca Juniors, que tem o seu Museo de la Pasión Boquense.

Mais além do posicionamento da marca junto aos torcedores e aos turistas, existe uma estimativa preliminar e modesta de receber as mesmas 600 pessoas que fazem o tour pelo estádio, atualmente, no futuro museu.

Porém, com o ingresso cobrado em 50 pesos (R$ 25,00). Calculamos? Sim. Seiscentas (pessoas) x R$ 25,00 x 30 (dias) = R$ 450.000,00 por mês de receita. Num ano, pois, R$ 5,4 milhões. Isso é mais uma fonte de receita, sim.

O benchmarking é o próprio museu do rival, onde já existem picos de visitação de 5.000 pessoas aos mesmos R$ 25. Fique à vontade para calcular.

E isso sem contar a grande loja de artigos esportivos da Adidas, na saída, para que levemos uma lembrança para casa…

Há casos de sucesso ainda mais grandiosos. Segundo a página oficial do Barcelona, o museu do clube é o mais visitado da Catalunha com 1.200.000 visitantes/ano. Levando-se em conta que os não-sócios pagam entre sete e 13 euros, geram-se 12 milhões de euros ao ano. Se analisarmos o orçamento do clube em anos recentes, de aproximadamente 380 milhões de euros, vemos que o museu traz ao clube 3,15% de todo o seu faturamento. Eu não acho pouco.

No Brasil, o êxito maior reside no Museu do Futebol, situado no Estádio do Pacaembu. Em um ano de vida, é o segundo mais visitado da cidade. O restante se resume a bem-intencionados memoriais.

Cadê a história dos grandes clubes do futebol brasileiro? Mostrem-me de maneira organizada que eu pago. E ainda compro uma lembrancinha.

Para interagir com o autor: barp@niversidadedofutebol.com.br

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