Nossas escolhas têm, assim como as escolhas de qualquer outra pessoa, 50% de chances de estarem certas e 50% de chances de estarem erradas.
Claro, cada um de nós se baseia em uma infinidade de conhecimentos e experiências anteriores para tomar decisões, e quando decidimos algo, fazemos com a expectativa de que, ao “consultar” esses conhecimentos e experiências nos nossos “registros”, tal decisão seja a melhor.
O fato é que algumas vezes realmente fazemos boas escolhas e outras tantas, não. A cada acerto ou erro, cada um de nós aprende algo, e esse aprendizado é consequência também daquilo que já havíamos aprendido antes.
Isso quer dizer, em outras palavras, que cada um de nós pode enxergar a mesma situação de forma pouco parecida, de acordo com a maneira que aprendemos a ver o mundo (e essa visão se transforma conforme vamos vivendo novas experiências e acumulando novos conhecimentos).
No futebol, ao longo desses últimos anos, tenho tido contato com vários jogadores profissionais. Alguns começando, alguns terminando a carreira, e outros tantos no auge da profissão.
É comum que aqueles que estão terminando a carreira tenham algum tipo de conselho para dar aos que estão começando. E não são conselhos quaisquer; são conselhos daquele tipo: “siga esse caminho que estou indicando, porque eu não segui e me arrependo”.
Ser jogador de futebol e chegar a uma equipe profissional requer muitas coisas além daquelas que são imaginadas por aqueles que almejam “chegar lá”, ou que estão “lá”, mas não querem ser “mais um” no meio da multidão.
Essas “muitas coisas” (além daquelas imaginadas) envolvem uma série de decisões e escolhas que levarão ao mau, bom, pior, ou, melhor caminho.
O problema é que, no caso do futebol, muitas dessas decisões sofrem interferência de empresários, que se tornam “tutores” (tomam à frente de pais mal instruídos), que quando incompetentes ou mal intencionados condenam ao fracasso adultos jogadores que um dia foram garotos sonhadores cheios de talentos.
No futebol, assim como na vida, de uma maneira geral, uma escolha errada é capaz de desencadear uma série de eventos que podem nos levar a caminhos que não faziam, no início, parte do nosso mapa guia.
Mas no futebol, como, habitualmente, desde as categorias de base, jogadores acabam sendo tutelados por pessoas que se acostumam a tomar decisões por eles: fazer uma escolha errada significa ser passageiro de um ônibus onde o motorista decide para onde virar a direção, de acordo com a sua visão de mundo – o jogador (o passageiro) não sabe que rumo o ônibus vai tomar, e o motorista (o tutor) não faz ideia de onde quer chegar.
Então, se você é pai e seu filho quer ser jogador de futebol, abra bem os olhos! E se está lendo esse texto, não há desculpas; você faz parte do grupo de pessoas que tem acesso a internet, a informação. Por isso, pesquise, leia, ajude.
Se já é jogador, e está começando, está no auge ou no final da carreira, acredite no que vou dizer: se você não se preparar para a vida fora do campo de jogo, e deixar que outras pessoas decidam sua vida por você, no final, possivelmente você não vai estar no lugar que gostaria de estar, mas sim naquele lugar que fizeram você acreditar que era o melhor.
Somos responsáveis em nossas vidas tanto por aquilo que fazemos, quanto por aquilo que deixamos de fazer… Então, decida você mesmo.
Para interagir com o autor: rodrigo@universidadedofutebol.com.br