Em São Paulo, Santos e Santo André fizeram um jogo épico, daqueles de ficar na memória do torcedor por vários e vários anos, especialmente o andreense. No Rio Grande do Sul, o Gre-Nal foi de arrepiar, com direito a briga de jogadores e o título gremista sempre com o gostoso sabor de ser sobre o maior rival. Em Minas Gerais, Diego Tardelli usou a “flanelinha” para lustrar a taça de mais uma conquista do Atlético.
Além dos detalhes que fizeram cada um desses jogos especial para os torcedores, está junto uma característica enraizada do brasileiro, desde sempre acostumado com a realização dos campeonatos estaduais.
Os estádios estavam cheios, a audiência na TV foi alta, as pessoas repercutiram os acontecimentos dentro do gramado pelos twitteres de todo o país.
Por mais sem sentido que seja, dentro de um calendário repleto de competições como o atual, o torneio estadual ainda está tão enraizado na cultura brasileira que é difícil de tirá-lo. E o motivo para isso não é nem tanto o sentimental, mas o financeiro.
Não é só a questão de poder soltar o grito de campeão que faz com que o Estadual permaneça no calendário brasileiro. Hoje, para os principais times do país, disputar a competição local representa uma efetiva chance de ganhar bastante dinheiro.
O campeão Santos, em São Paulo, tem a melhor premiação do país: pouco mais de R$ 7 milhões pela suada conquista sobre o Santo André. No Rio de Janeiro e no Rio Grande do Sul, alguns milhões também foram para as contas de Botafogo e Grêmio.
Além disso, estádios cheios e audiência alta marcaram as decisões país adentro.
A CBF quer fazer com que o calendário do futebol brasileiro seja adequado ao europeu. A ideia é boa, e ajudaria bastante para melhorar ainda mais a organização do futebol nacional. Só que, nessa realidade, a pergunta que fica é simples. O que será dos Estaduais?
Depois da festa das torcidas, fica mais claro ainda que essa pergunta será muito difícil de calar…
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