Saber quem se interessa pelos seus negócios e é afetado, direta ou indiretamente, pelas ações relativas à atividade econômica de um empreendimento é um dos passos fundamentais para o implemento de um posicionamento estratégico voltado para o mercado.
Os stakeholders são compreendidos pelos clientes, empregados (ou colaboradores), fornecedores, comunidade, investidores e outros de natureza análoga. São todos os agentes que de alguma maneira influenciam ou são influenciados pelas decisões de uma organização.
E a dúvida é: os clubes de futebol sabem quem são seu stakeholders? Quais são os clubes que possuem uma cultura alinhada e voltada para fora? Quais são os clubes que colocam na balança todas as hipóteses que acarretarão em melhorias para a sociedade em detrimento de uma tomada de decisão em nível gerencial?
Os negócios são compreendidos pelo relacionamento entre esses diversos grupos. O ambiente corporativo tem entendido muito bem tal premissa e aplicado na prática uma visão de fora para dentro, procurando adotar melhores práticas em benefício do todo, por um alinhamento bem estreito com os conceitos de responsabilidade social corporativa.
No caso dos clubes de futebol, os clientes são a gama de torcedores que consomem os produtos oferecidos pelo clube, seja em espécie (compra de ingressos, produtos licenciados e outros) ou mesmo o simples fato de acompanhar noticiários sobre o dia-a-dia da equipe e seus ídolos. Alimentar a paixão dessas pessoas não deixa de ser um papel importante dos clubes em um ambiente social.
Daí discorremos para os colaboradores, que são diretamente afetados por decisões e rumos de qualquer organização, valorizando-se neste quesito o componente da ética nos negócios e o cumprimento de pressupostos legais.
Os fornecedores, que fazem parte de uma cadeia grande de consumo e precisam receber em dia, como um exemplo bem simples daquilo que poderíamos tratar como elemento-chave neste relacionamento – o ciclo vicioso de inadimplência tem reflexo indireto em vários níveis sociais e econômicos de pessoas e empresas.
Investidores, que estão traduzidos no futebol pelos patrocinadores e demais parceiros comerciais, podem ter sua imagem arranhada ou glorificada em detrimento de conquistas e/ou derrotas de um clube, sendo ela alcançada dentro ou fora do campo de jogo.
Ignorar todos esses agentes ou boa parte deles pode ser um primeiro passo para a falência nos negócios. Trabalhar sob uma plataforma voltada para fora, sem aquele olhar míope de cuidar somente de seus problemas, tem se mostrado a melhor solução para as organizações e perfeitamente passível de aplicação no ambiente de negócios do futebol.
O desafio é: quem são os stakeholders de seu clube? Enumere, defina e aponte o canal de relacionamento entre o seu clube e eles para perceber até que ponto a organização está sendo um bom agente social.
Para interagir com o autor: geraldo@universidadedofutebol.com.br