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A derrota do Internacional para o Mazembe, o todo poderoso, é a aplicação prática de tudo aquilo que vem sido discutido nessa coluna ao longo dos últimos tempos.

Não há nada de incomum na derrota, muito pelo contrário. O que existe é um desarranjo de probabilidades. Ou melhor, a aplicação perfeita da probabilidade, uma vez que quando o improvável ocorre, ele apenas comprova a existência da variação estatística.

Não é dizer que o Mazembe é fraco, muito pelo contrário. Mas é fato que é mais provável que um time sul-americano vença um time africano do que o inverso. As razões pra isso são, essencialmente, as variáveis de mercado, uma vez que o talento interno africano é menos valorizado que o brasileiro e, portanto, mais suscetível a sair do país com antecedência, e o fato do Internacional contar com uma área de oferta de talento muito mais ampla do que o Mazembe. Simplificando, basta pensar que seria possível imaginar que um atleta do Mazembe viesse a jogar no Internacional como ponte para outro mercado mais desenvolvido. O oposto, porém, seria muito complicado.

A questão aqui é o que essa derrota significa, e a resposta é simples: nada. Perder para o Mazembe, como dito acima, é uma variação de probabilidades. Se uma coisa acontece uma vez a cada milhão de vezes, ela pode acontecer, por mais difícil que isso seja. E não é porque ela aconteceu que o cenário da probabilidade deve ser alterado. Acontecer uma vez não quer dizer que vai acontecer sempre. É bem possível que nunca mais volte a acontecer. Portanto, sem razões para mudanças ou desesperos.

Logicamente, isso é bastante complicado. Ainda mais para o Internacional e seu momento de recém alteração política. Mas essa é a pura natureza do jogo. Não só do futebol, mas de todo e qualquer jogo existente. Na maioria das vezes, ganha quem tem mais chances de ganhar. Mas, em algumas vezes, os que têm menos chances conseguem ser os vitoriosos. Um cassino não é diferente.

Como bem citado no livro Moneyball (acredite: se você se preocupa em entender a natureza da indústria esportiva, a leitura desse livro é imprescindível), mudar toda a sua estrutura por causa de um resultado em uma partida eliminatória seria a mesma insensatez que um dono de cassino cometeria caso ele mudasse toda a estrutura do seu negócio a cada vez que alguém acertasse o jackpot em um caça níqueis. Afinal, é bastante improvável que alguém acertará o jackpot. Mas, eventualmente, alguém acertará. Nem por isso a banca deixará de ganhar.

Levando-se em conta o faturamento de um cassino, talvez seja uma boa lição.

Para interagir com o autor: oliver@universidadedofutebol.com.br

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