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Caros amigos da Universidade do Futebol,

Gostaria, através desta coluna, parabenizar nosso colega Erich Beting por sua coluna desta semana, muito oportuna. Isto porque também quero fazer alguns comentários sobre os recentes fatos envolvendo o Clube dos 13, TV Globo, clubes, etc.

Não quero fazer juízo de valor sobre quem está certo nessa história. O C13 tem o seu ponto, a Globo também, da mesma forma os clubes.

O que quero chamar atenção, a exemplo do Erich, é para um possível retrocesso na forma de distribuição de renda entre os clubes no Brasil.

A forma liberal e capitalista de individualizar os clubes, para que cada um consiga o maior valor para si, mostra-se equivocada no futebol. Nesse esporte, como cansamos de dizer neste espaço, a concorrência é saudável, e a tendência ao monopólio atrapalha o atual modelo de negócio do futebol como um todo e põe em cheque a sua viabilidade financeira.

Cada vez mais os mais poderosos devem atrair receita, não só da TV, mas também de patrocinadores, investidores, sócios-torcedores. Entretanto, existe também uma crescente necessidade de se promover uma distribuição solidária desses recursos aos clubes que não foram agraciados com uma grande torcida (e, por conseguinte, por um grande apelo perante os potenciais financiadores do esporte).

Se os clubes passarem a negociar diretamente com a TV a renda decorrente da cessão dos direitos televisivos, corremos o risco de ter em um futuro próximo um campeonato chato, monótono, com poucos clubes poderosos, e uma grande massa de clubes em vias de extinção.

Veja, por exemplo, o exemplo de Portugal, que ainda não adotou o sistema de venda coletiva de direitos (fonte: www.epfl-europeanleagues.com). Invariavelmente, temos todos os anos o Porto liderando a tabela, seguido (mas sem risco de alcançar) do Benfica, e depois do Sporting. Sempre. Os demais times de lá, com sorte, sobreviveriam à A2 ou A3 do Campeonato Paulista. Com sorte.

Acho que a atual discussão que devemos promover no Brasil não é a de quem está certo ou errado com os últimos rumos que a venda de direitos do Brasileirão está tomando. Mas sim que o caminho da venda individual pode parecer apetitoso para os clubes mais ricos no curto prazo, mas no longo prazo isso representará um enorme retrocesso ao nosso jogo.

Principalmente no Brasil, em que nossos craques são inicialmente revelados nos clubes pequenos, do interior. Os grandes precisam agora olhar para eles e entender que eles precisam ser financiados, em um sistema de distribuição solidária, para que nosso futebol seja viável e que os verdadeiros clubes formadores sobrevivam.

Meu caro Erich Beting, um abraço e novamente parabéns por sua coluna desta semana.

Para interagir com o autor: megale@universidadedofutebol.com.br

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