Treinamento no futebol: teoria e prática

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Caros leitores da Universidade do Futebol,

é com grande orgulho que inicio minha caminhada junto a vocês neste espaço extremamente nobre do futebol brasileiro. Sei que o desafio é muito grande, mas firmo o compromisso de fazer o que for preciso para trazer colunas dignas do mesmo.

Espaço que será preenchido por colunas de campo. Tais colunas trarão discussões práticas de nosso dia a dia de treino/aula no futebol. Idealizei a forma pensando nas diversas discussões que tive com inúmeros colegas que buscavam entender como todo o conhecimento adquirido ao longo dos anos pode ser colocado de modo integral na prática. A ideia é trocar experiências carregadas de conhecimento e alinhadas com as novas tendências do futebol.

Serão várias as abordagens dentro desse tema a fim de propiciar um espaço amplo e rico em discussões de campo. Desde a elaboração de atividades, passando pela abordagem, pelo processo, conteúdos físico/técnico/tático/mental, pelo relacionamento com a comissão, enfim, por tudo aquilo que faz parte da prática de milhares de profissionais que têm o sonho de conquistar o reconhecimento de seu trabalho.

Nosso espaço, assim, começa com uma discussão extremamente pertinente: teoria versus prática. Antes mesmo dos primeiros passos de minha formação acadêmica, iniciei um longo e desafiante caminho na prática.

Observava tudo o que era feito nos campos de escolas de futebol, projetos sociais, categorias de base, equipes profissionais, etc. Naquele momento tudo era anotado e visto como um grande aprendizado. Minha vontade era “juntar” tudo e aplicar esse “pseudo-processo” de treino em um grupo qualquer. Como ainda não podia, resolvi guardar aquilo para o momento certo.

Logo que iniciei minha graduação, fui bombardeado com inúmeras informações e minhas observações começaram a fazer mais sentido. Porém, muita coisa parecia inexplicável ainda.

Resolvi então aliar minha formação com a prática e fui a campo. Com o tempo notei que algumas coisas davam certo, outras nem tanto. Fui percebendo que havia certo ar de desconfiança da prática sobre a teoria e vice-versa. Essa questão me inquietou por muito tempo e me fazia a seguinte pergunta:

Prática ou teoria? O que resolverá seus desafios no dia-a-dia de treino?

Fui testando e aplicando teorias distintas com atividades vistas na prática. No fim das contas vi que o processo de treino, por mim elaborado, era uma grande colcha de retalhos com diversas linhas teóricas e práticas.

Neste momento um de meus professores abordou a dicotomia entre teoria e prática. Ele afirmou que toda teoria surge de observações e questionamentos provenientes da prática. Além disso, disse que a teoria e a prática não resolverão nenhum problema por si só, mas é preciso definir uma linha e aliar ambos em busca de um objetivo.

A partir deste momento todas as informações por mim obtidas começaram a fazer sentido. Notei que minhas observações da prática não deviam ser reproduzidas em meus grupos de qualquer forma. Era preciso um referencial a se seguir. A partir do mesmo, o processo tinha que ser construído e aplicado na prática.

Criei vários processos. A prática me ensinou que nem tudo sai conforme esperamos. A cada dia aprendia coisas novas com a prática (coisas que não faziam parte da teoria, muitas vezes). Observei que a teoria por si só não passava de texto no papel e que a prática por si só não respondia minhas perguntas.

Vi que teoria e prática devem caminhar juntas para dar sentido ao processo. Uma atividade de 3 x 3, com dois golzinhos e dois toques deve ser concebida a partir de um referencial teórico e tem sentido se funcionar na prática. Sendo assim, elaborar o processo fica mais palpável e menos aleatório.

Para mim, hoje é impensável juntar inúmeras atividades vistas em outras equipes e aplicar em meu grupo, como no início de minha formação. A teoria me dá um norte e a experiência na prática me diz o que pode ou não dar certo, além de me dizer como e onde o grupo está em sua evolução.

Com tudo isso, vejo ainda que muita coisa precisa ser aprendida e aplicada. Esse processo é contínuo e a cada dia surge uma informação nova.

Por fim, o desafio é aliar teoria e prática.

Vamos a campo! Até a próxima!

Para interagir com o autor: bruno@universidadedofutebol.com.br

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