O jogo de futebol é composto por dois subsistemas chamados equipes, que se enfrentam em busca do melhor resultado possível dentro da partida, que nem sempre é o placar final.
Neste cenário, podemos entrar no jogo “às cegas”, ou seja, sem saber nada sobre o adversário (isso pode acontecer na base ou até mesmo no profissional), ou “às claras”, onde sabemos quem estamos enfrentando, em relação ao seu Modelo de Jogo com seus pontos fortes e fracos.
Tendo a possibilidade de conhecer a equipe adversária e fazer uma análise de seu jogo, podemos preparar a equipe para os problemas contextuais ao adversário.
Contudo, isso significa mudar minha forma de jogar em função do adversário, processo em que vou me adequar ao Modelo de Jogo rival, ou potencializar minha forma de jogar, preparando meus jogadores para os problemas que podem aparecer no jogo em função do modelo do adversário.
Saber os pontos fortes e fracos não significa que minha equipe deva mudar sua forma de jogar em função do adversário!
Conhecendo a equipe que vou enfrentar, devo preparar meus jogadores para os problemas que podem aparecer no jogo em função do modelo adversário.
Além de preparar minha equipe, posso manipular a equipe adversária para fazer aquilo que eu espero, contudo, para que isso ocorra, não posso pensar apenas no adversário e em suas características, mas no jogo propriamente dito (será que posso manipular o jogo?).
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A fim de preparar minha equipe para os problemas do jogo em função do adversário, posso trazer informações para os jogadores e criar atividades contextuais para submeter os mesmos a uma realidade de treino similar ao jogo do fim de semana ou meio de semana.
Ser similar ao jogo significa que os problemas emergentes no treino serão, primeiro, condicionados ao jogo e, segundo, ao adversário que a equipe enfrentará.
As atividades contextuais trazem para a sessão de treino um ambiente onde os jogadores irão ser submetidos aos problemas referentes ao modelo de jogo do adversário.
Essas atividades têm seu volume aumentado ao longo das categorias e no profissional atingem seu maior volume dentro da semana, porém não deve ser a única forma de treinamento.
Bom, vamos ao exemplo prático:
Se souber que a equipe que enfrentarei tem um balanço ofensivo com três jogadores dispostos em linha no meio-campo, com um contra-ataque extremamente veloz e eficiente, posso criar uma atividade em que essa situação seja um problema do treino.
A atividade abaixo ilustra como isso pode ser feito:
Descrição
– Atividade de 11 X 11. Sempre que a bola sair no campo defensivo da equipe amarela, os coringas devem repor a bola em jogo rápido para os três atacantes.
Regras e Pontuação
– Gol vale 1 ponto. E se for realizado de contra-ataque pela equipe amarela, vale 3.
Com essa atividade, os jogadores serão estimulados durante a semana a resolverem esse problema e, no jogo, isso não será uma novidade.
Além disso, posso adotar estratégias para anular esse ponto especifico do adversário de forma organizacional, em que o adversário será direcionado a jogar de uma forma diferente da que ele acostumado.
Perceba que o objetivo não deve ser mudar a forma de jogar da minha equipe em função do adversário, mas prepará-la para agir melhor no jogo.
Até a próxima!
Para interagir com o autor: bruno@universidadedofutebol.com.br