O assunto do momento e todas as atenções da mídia tem se centrado na figura de Neymar. A renovação de contrato com o Santos até 2014 na última semana chamou atenção não só dos meios de comunicação do Brasil como também do mundo, pela audácia, inversão de papéis pela visão de que até então os clubes tupiniquins eram meros fornecedores de “pé de obra” ao mercado europeu do futebol e a força da economia nacional, que permitiu bancar salários e imagem de craques e futuros craques do principal esporte do planeta.
Revistas de negócios e economia a falar sobre a relação de Neymar com o clube, publicações femininas e voltadas para o público a adolescente a idolatrar o craque como símbolo de uma geração e, naturalmente, a mídia especializada em esporte a abordar toda a genialidade do jogador dentro de campo.
Para pagar todo este investimento, vê-se o pool de empresas que se formou e passou a colocar o atleta como endorser de inúmeras campanhas publicitárias, todas elas articuladas pelos seus empresários e pela organização empresarial que se criou dentro do próprio clube.
A partir desta lição feita pela equipe da Vila Belmiro, chegamos a dois pontos que sempre se comentaram em apresentações de especialistas em marketing esportivo e também que aparecem em publicações da área:
1.De o clube assumir um papel que vai além da trivial contratação e pagamento de salários. O Santos assumiu o papel de co-gestor da carreira do atleta, o que trouxe não só uma tranquilidade para o clube negociar alguns contratos, como também possibilitou a geração de receitas suplementares, que até então ficavam nas mãos de empresários ou de outros agentes alheios a cadeia produtiva do futebol.
2.De que ainda temos um campo muito aberto a explorar no sentido dos fãs do futebol no Brasil. Pouco se falou, por exemplo, na questão dos produtos licenciados ou mesmo no aumento do faturamento em bilheteria/dias de jogo pela presença de Neymar em campo, em que os clubes do país do futebol estão bem distantes de seus pares do velho continente.
É preciso pensar em estratégias mais eficazes neste sentido. A dependência de uma única fonte de receita é sabidamente temerosa em qualquer segmento de negócios. Amanhã, pela visão das empresas, o “queridinho” pode não ser mais o Neymar, e sim o galã da novela das oito.
Para o futebol e o esporte, ele tende a render por mais 10, 20 ou 30 anos e, portanto, é preciso ser perspicaz para ampliar cada vez mais o leque de receitas com a imagem deste promissor jogador.
Para interagir com o autor: geraldo@universidadedofutebol.com.br