Assistimos nesta terça-feira ao fechamento da janela de transferências de jogadores na Europa. Nada de especial, como era de se esperar. A época da janela também não tem lá muita expectativa, servindo apenas para a reposição de peças no elenco que deveria ter sido formado no meio do ano passado, ou seja, início da temporada europeia.
Atenção apenas para a Itália, que pareceu apostar em contratações duvidosas, quase que uma ação desesperada de soluções para dar resposta à torcida, ou de se comportar como um mercado emergente, servindo como ponte para jogadores mais jovens chegarem no mercado europeu para uma futura revenda – algo muito semelhante a que Portugal e alguns países do Leste Europeu fizeram até pouco tempo atrás.
O retrato é, em suma, um aparente declínio de um mercado que era protagonista para um cenário de mercado “marginal”, fruto de uma série de mas escolhas em termos de gestão dos clubes e da própria liga italiana como um todo.
O alerta serve para o Brasil, em um momento quase que unânime de euforia exagerada por parte dos clubes. Vale lembrar que a construção, visão de longo prazo e pensamento único dos clubes para formar uma competição interna rentável está bem longe de se concretizar.
E as notícias do início de 2012 vindo dos principais clubes de futebol são preocupantes. Clube campeão de Copa do Brasil com salários atrasados. Craque contratado a peso de ouro que não é pago, não se sabe nem quem vai pagar. Dirigente a declarar que jogador ganha muito e, portanto, pode suportar salários atrasados… e por aí vai.
Se trocássemos o ano de 2012 por 1992, não acredito que as notícias seriam lá muito diferentes…
Será que realmente estamos vivenciando um período de evolução?
Para interagir com o autor: geraldo@universidadedofutebol.com.br