No sábado, acompanhei a 3ª edição do Beer Day em Curitiba.
Organizado por um amigo, proprietário de lojas especializadas em cervejas especiais, o evento contava com estandes de várias microcervejarias regionais e, também, de outros estados, como Minas Gerais.
Além disso, o público tinha à disposição ótimas opções gastronômicas – hambúrguer, cachorro-quente no estilo alemão, pizzas…
E, para animar toda a festa, algumas bandas de rock ocupavam o palco montado no estacionamento de um pequeno centro comercial da cidade, embora localizado num dos bairros mais nobres.
Cerveja e futebol formam um caso de amor antigo na história do futebol.
Não só pelo hábito que os praticantes amadores do futebol costumam exercitar nos churrascos pós-pelada, como também antes do jogo do seu clube, no próprio estádio, ou durante, nos bares ou em casa – já que, no Brasil, o durante o jogo está proibido por lei.
Lei essa que será “relaxada”, flexibilizada, adaptada – que não me ouçam, os colegas advogados e juristas, usando expressões de tamanha afronta ao Direito – para a Copa 2014.
Ao longo das últimas décadas, de grande evolução do marketing esportivo, grandes marcas de cerveja investiram no patrocínio do futebol – clubes e competições, sendo a Copa do Mundo Fifa a mais notória, bem como a Uefa Champions League.
Quem não associa o hino da Champions League à Heineken?
O novo diretor de marketing do Palmeiras, Sergio Pellegrini, também se disse entusiasmado com a possibilidade de o clube licenciar a fabricação e venda de uma cerveja que leve o nome do clube.
Sergio cita os clubes europeus, em especial ingleses e alemães, que têm pubs e cervejarias próximos aos estádios, além dos produtos licenciados vendidos em larga escala.
Logicamente que o tema evoca discussões sobre a suposta equação perigosa cerveja + futebol = violência.
Entendo que o reducionismo do problema prejudica a análise do que deveria ser feito verdadeiramente, em paralelo ao estado de vigiar e punir: educar.
Tive a oportunidade de conhecer um clube de primeira divisão na Irlanda, Bohemian Football Club, cujo estádio pequeno e antigo era fantasticamente acolhedor.
E sob, suas tribunas, havia três pubs que vendiam comidas típicas e também cerveja.
E, na área vip, senhoras serviam café com bolachas, o famoso Irish Coffee, com whisky para afastar o frio de cinco graus.
O futebol necessita resgatar essa dimensão humana do esporte.
Que em nada prejudicaria o lado business.
Ao contrário, mais e mais pessoas voltariam ou começariam a frequentar estádios, pubs e afins.
Consumindo, inclusive, a cerveja licenciada pelo clube, quem sabe dentro de um pub no próprio estádio.
Civilizadamente.
E recomendo a Double Vienna Lager pro inverno curitibano. Cerveja com gosto de limão. Impressiona.
Para interagir com o autor: barp@universidadedofutebol.com.br