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Saudações a todos!

Diariamente recebo consultas de executivos e empresários sobre como lidar com as dificuldades para encontrar profissionais qualificados e como driblar as barreiras para suprir suas necessidades de recursos humanos. Por outro lado, profissionais de diversas áreas e níveis reclamam que não conseguem emprego.

Apagão profissional é um tema que envolve diretamente os dois principais pólos do mundo do trabalho – empresas e pessoas. Debatê-lo virou mania nacional. Este assunto vem tirando o sono dos líderes de médias e grandes empresas e é uma preocupação real para os micro e pequenos empresários que desejam expandir seus negócios. Enfim, é necessário encontrar maneiras de lidar e superar esta barreira.

As empresas declaram que não enxergam uma solução imediata para esse desafio e tratam o assunto como um verdadeiro mito. Por outro lado, temos pessoas com boas qualificações e currículos atrativos sendo assediadas por várias empresas e, por conta disso, passam a escolher onde trabalhar. É a lógica da oferta e da procura. Nesta equação o mito ganha cada dia mais força.

Ouvi em filme recente uma frase que é bem propícia para o nosso tema: “o problema é do tamanho que você o faz”. Como um ”desmistificador” persuasivo, vou desafiar a lógica comum e desenvolver outro ponto de vista, tudo isso sem me descolar da realidade. Então, vejamos. Concordo que existe um desafio para atrair, selecionar e escolher profissionais e que esse mito pode parecer algo novo para algumas empresas e pessoas. Apesar disso, asseguro que este desafio sempre esteve presente em empresas de todos os portes e segmentos.

Mas, então, como enfrentá-lo? Colocando inteligência de gestão em prática!
Em resumo, planejando estratégias criativas, inovando para sair da mesmice e tendo “acabativa”, ou seja, concluindo o que planejou.

A primeira sugestão para resolver situações aparentemente complexas é simplificar o problema. Comecemos pensando nas palavras “atrair”, “selecionar” e “escolher” e com exemplos simples veremos que elas fazem parte do nosso dia a dia desde a mais tenra idade.

Quando pergunto ao Enzo, meu afilhado de três anos, qual presente ele prefere entre uma bola, um carrinho ou um joguinho, ele intuitivamente faz uma seleção mental do que é mais interessante entre as opções e escolhe o que mais o agrada, com isso fez sua seleção e escolha!

A partir da adolescência, na fase do namoro, agregamos mais habilidades ao nosso cotidiano. Por exemplo, nos produzimos para atrair pretendentes e, funcionando, selecionamos algumas opções e escolhemos com quem queremos nos relacionar.

No esporte, os exemplos também são inúmeros. O técnico da seleção brasileira, hoje o Felipão, seleciona em cada convocação um grupo entre 30 e 50 atletas que pretende ter na Copa do Mundo de 2014, dos quais 23 serão escolhidos e testados para representar o Brasil na competição. Os atletas, por sua vez se esforçam para atraírem a atenção do treinador e seus assistentes. É assim na seleção brasileira, nas peneiras de grandes clubes ou no time de futebol da escola.

Portanto, atrair, selecionar e escolher são atividades tão presentes em nossas vidas que fazemos isso naturalmente, mesmo sem perceber. Todavia, se atrair, selecionar e escolher estão presentes em nosso cotidiano, por que as empresas e candidatos encaram isso como um grande desafio?

Alguns motivos podem justificar o mito, então vejamos:

a)Qualificação e preparo profissional são assuntos que voltaram à cena nos últimos 12 anos.

b)Com a reserva de mão de obra consumida ano após ano pelo crescimento do Brasil, a atividade “fácil” e “simples” de contratar profissionais passou a exigir mais inteligência e criatividade.

c)Escolher era fácil e era a única tarefa. Ouvi alguns relatos de empresários que diziam: “colocávamos um anúncio de vaga e tínhamos fila de gente na recepção e portaria”.

As empresas e candidatos não se prepararam ou criaram estratégias para este novo cenário.

Depois de 25 anos na área e várias consultorias para empresas e empresários, tenho um repertório de sugestões suficiente para escrever no mínimo dois livros. O primeiro, para empresas, seria “Como sua empresa vai atrair, selecionar e escolher com inteligência e criatividade a baixo custo”. O segundo, para pessoas, seria “O que fazer para se tornar o candidato dos sonhos das empresas”. Mas, para sermos práticos, vamos a um breve resumo:

Empresas precisam buscar as pessoas certas, para os lugares certos, no momento certo! Como vimos não está fácil e simples contratar, e mesmo assim a grande maioria das empresas não investe em estratégias diferentes para cada categoria de candidatos: ativos, semi-ativos, semi-passivos e passivos. Algumas empresas nem ao menos sabem desta distinção, clique e saiba mais.

Vejamos algumas dicas:

O primeiro passo é saber que categoria de candidatos quer e pode contratar e o que tem para oferecer para atraí-los.

O segundo passo é elaborar as estratégias de atração, descobrindo onde encontrar os candidatos que precisa e mostrando o que tem a oferecer. Enfim, venda a empresa e suas oportunidades de trabalho no local certo e para seu público alvo.

O terceiro e último passo é manter este processo ativo e renovando sempre que necessário, ou seja, mantenha um ótimo canal aberto com seu público e sempre que possível mostre mais do que vagas de emprego, demonstre oportunidade de crescimento para seus candidatos.

Seguindo esses simples passos, a chance de superar o desafio do apagão profissional será potencializada.

Candidatos querem o emprego dos sonhos. Sonho sem ação é igual a frustração, e digo isso pois infelizmente a grande maioria não se esforça o bastante para alcançar realmente o que almeja. Aqueles que o fazem se destacam tanto que ficam com várias opções de escolha.

Vejamos algumas dicas:

Para iniciar, se auto avalie de maneira honesta. Se pergunte: “tenho os conhecimentos e formação semelhantes aos que se destacam? Tenho as qualificações ideais para a posição que ocupo hoje e para a dos meus sonhos? Destaco-me positivamente na empresa em que trabalho? Destaco-me na universidade?”. Se as respostas forem sim, parabéns.

Agora chegou a hora de revisar o seu “produto” e suas ações de marketing. Tenha um currículo sem erros ortográficos e que mostre suas qualificações. Inscreva-se em todas as vagas de seu interesse, pois não é suficiente apenas ter seu currículo esperando alguém encontrar você. Nas redes sociais, participe ativamente de grupos de sua área profissional e cuide para não descuidar de sua imagem.

Se você está
fazendo o seu melhor e cuidando do seu produto, provavelmente é procurado por várias empresas e está vivendo o dilema da escolha de onde e para quem quer trabalhar – de fato, um bom problema. Mas para não se arrepender por uma escolha errada, avalie com cuidado os seguintes pontos:

a)Procure entender a cultura das empresas, avalie qual tem mais o seu estilo. Ser feliz é a chave para você ter desempenho superior. Acredite: fazer o que gosta, onde gosta e estar feliz automaticamente fazem de você um profissional motivado e mais produtivo. Equação “ganha-ganha”!

b)Fique atento a oportunidade em médio e longo prazos. O imediatismo pode mascarar oportunidades e te levar a decisões que nem sempre serão as melhores em futuro próximo.

c)Avalie os prós e contras de cada uma das oportunidades e troque suas impressões com a sua família. Por vezes, essa decisão não envolve só você. Lembre-se, uma visão de fora e neutra pode ajudar você a escolher melhor.

d)Tomada a decisão, vá em frente. Quando começar a trabalhar, esqueça as outras oportunidades e foque no seu trabalho. Atue todos os dias com determinação e dedicação, dando sempre o seu melhor.

É fato que não existe fórmula mágica para empresas ou para as pessoas superarem os desafios que ambos enfrentam nesse, digamos assim, “novo mercado de emprego”, muito diferente do que vivemos em outras décadas no Brasil.

De fato não há nada novo nisso, apenas novas combinações! Quer fazer diferente?

Busque reunir o máximo de informações e pense em novas combinações para criar modelos mentais e de execução diferentes. Lembre-se: inovação virá ao desafiar o status quo, não de sua aceitação.

Estou convicto de que, refletindo sobre como estão agindo e colocando em prática pequenas ações com inteligência e criatividade, tanto empresas quanto pessoas terão condições de enfrentar este novo desafio. Em futuro breve me darão razão, pois descobrirão que estávamos diante de um mito. Lembre-se: "o problema é do tamanho que você o faz".

É isto pessoal. Agora, intervalo, vamos aos vestiários e nos vemos no próximo mês.

Abraços a todos!

 

Para interagir com o autor: ctegon@universidadedofutebol.com.br

 

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