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É impressionante como a percepção da sociedade sobre o futebol é completamente deturpada pelo viés da paixão. Ou melhor, percebe-se, mais das vezes, uma apropriação grotesca de algumas instituições como se estas não fossem organizações privadas.

A última da lista, que tende a entrar para os anais dos absurdos que se cometem ao avaliar a relação entre clubes e torcedores, está no parecer do Exmo. Sr. Juiz Gilberto Azevedo Morais Costa, que colocou em liberdade os 12 corintianos presos pela invasão ao CT do clube, há pouco mais de um mês, com o seguinte argumento (conforme noticiado pelos veículos especializados):

“Em suma, tudo não passou de um ato (nada abonador) de revolta dos torcedores. Fiéis que são – e disso a própria equipe se vangloria –, queriam apenas chamar a atenção: fazer com que os jogadores honrassem os salários que ganham; mostrando um futebol verdadeiramente brasileiro. Isto posto, com fundamento no artigo 395, III, do CPP, rejeito a denúncia. Expeçam-se alvarás de soltura clausulados e contramandado de prisão – escreveu o juiz no despacho.” (Fonte: http://globoesporte.globo.com/futebol/times/corinthians/noticia/2014/03/juiz-manda-soltar-corintianos-presos-por-invasao-ao-ct-joaquim-grava.html).

Ou seja, não se entende o Centro de Treinamento de um clube de futebol como uma propriedade privada e, pior, como ambiente de trabalho dos atletas, onde se preconiza um mínimo de segurança e tranquilidade para o exercício de suas funções.

O referido magistrado não compreende a atividade de “atleta de futebol profissional” como uma profissão como tantas outras. Ou pior, admite que profissionais com funções ditas “públicas” sejam alvo de protestos dentro de seu ambiente de trabalho, mesmo que isto reflita na segurança destes profissionais, uma vez que, por esta teoria, “devem resposta a um determinado grupo de pessoas”.

Enfim, o parecer do magistrado é um pouco do retrato daquilo que precisa ser mudado culturalmente quando pensamos e debatemos veementemente a gestão do produto futebol a partir de uma visão holística e de negócios. De um modo geral, percebe-se que existe ainda uma enorme resistência e confusão sobre o significado de profissionalização no esporte e entrega de entretenimento para os consumidores deste mercado, que impacta diretamente na forma de relacionamento com estes…

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