Neste ano uma novidade pôde ser notada no cenário do futebol brasileiro: a adoção frequente de algumas estratégias utilizadas nas empresas.
Conforme matéria do UOL, no mês passado, alguns clubes iniciaram a utilização de algumas estratégias utilizadas no mundo corporativo, para alcançar suas metas. Dentre elas podemos citar o coaching profissional, a hipnose, as palestras de psicólogos e de outros tipos de profissionais. Ainda, de acordo com a citada matéria, compartilho exemplos do que foi adotado em alguns clubes dentro do futebol.
• O Campeão da temporada, o Cruzeiro, contou com a visita frequente de ex-jogadores como Piazza, Dirceu Lopes e Raul Plassmann, ao centro de treinamento e aos jogos, com objetivo de realizarem conversas com os jogadores.
• O seu rival mineiro Atlético-MG, também contratou palestras do ex-oficial do Bope Paulo Storani.
• O Flamengo, o assunto fica a cargo do próprio técnico Vanderlei Luxemburgo, que já dividiu as tarefas do tipo com uma psicóloga.
• O Fluminense lança mão da psicologia aplicada ao futebol, da base ao profissional, com constante estimulação.
• No Botafogo, a comissão técnica divide a função de gestão com o psicólogo Eduardo Cillo.
• O Palmeiras, na luta contra o descenso, contratou Lulinha Tavares como coach. O trabalho de motivação é feito a partir de metas, produtividade e tem como objetivo aumentar a performance de cada jogador em um trabalho individualizado.
• Já a Portuguesa contratou o hipnólogo Olimar Tesser para trabalhar com o técnico Vagner Benazzi.
• O pernambucano Sport, contratou as palestras do ex-oficial do BOPE Paulo Storani.
Olhando os clubes que foram citados na matéria refleti e te convido a fazer o mesmo, se repararmos o desempenho dos clubes que adotaram as ferramentas do universo corporativo podemos perceber que temos alguns com performance de campo muito baixa, outros com performance mediana e um outro grupo de clubes com performance elevadíssima. O que os diferencia? Será que foram os métodos de desenvolvimento humano o ponto de desequilíbrio desses grupos de clubes?
Amigo leitor, na minha opinião a resposta é não! Acredito que de nada vale lançar mão de estratégias do mundo corporativo para promover o desenvolvimento humano, se a mentalidade dos nossos gestores ainda for antiquada. Estas ações mencionadas nada possuem de magia ou recurso milagroso que solucione todo e qualquer problema de imediato! Para mim é muito claro que o melhor dos ensinamentos que as grandes organizações podem oferecer, nossos gestores esportivos ainda não assimilaram, pois como coloquei,todas as estratégias acima citadas são formas de promover o desenvolvimento humano e mudar comportamentos, que é um trabalho de médio e longo prazo, uma vez que não se muda atitude de maneira sustentável da noite para o dia.
Sendo assim penso ser mais do que fundamental que os clubes tenham um ótimo planejamento estratégico, bem como uma excelente gestão da execução deste planejamento. Isto pensando sempre nas próximas temporadas e no longo prazo e não apenas para uma próxima temporada ou para a própria temporada que já esteja em andamento. Saber exatamente aonde se deseja chegar, alcançando diversos objetivos esportivos intermediários ao longo de alguns anos é o caminho; caso contrário o clube pode amargar alternâncias de temporadas boas e outras ruins, levando inclusive ao rebaixamento ocasional como decorrência de uma temporada ruim.
Planejando e executando um plano sólido e viável, de médio e longo prazo, o clube poderá crescer naturalmente e aí sim terá maturidade para adotar as estratégias muito valiosas para o desenvolvimento do seu material humano, que somado auma estratégia viável possa sustentar seu crescimento, contribuindo para se criar um novo patamar de gestão esportiva e consequentemente obter resultados acima da média.
Resumindo, para aqueles clubes possuem, acreditam e executam um plano viável e sustentável, a adoção de estratégias de desenvolvimento humano podem representar uma visão madura e apropriada do benefício que estas podem promover no seu material humano, mas em contrapartida para aqueles que não possuem este plano viável e sustentável, a adoção destas mesmas estratégias transmite muito mais a sensação de desespero e não de crença que elas realmente os ajudarão a obterem seus melhores resultados dentro de campo.
Até a próxima.