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O esporte se tornou uma grande indústria capaz de movimentar milhões de dólares e encantar multidões dispostas a consumir os produtos dos seus esportes e equipes favoritas. Uma das grandes forças que move essa “indústria da paixão” é a emoção gerada pelo inesperado.

Um problema capaz de levar essa indústria à falência e a perda de credibilidade do esporte em razão da manipulação de resultados que, na maioria dos casos, se dá por conta da máfia de apostas ilegais em um sistema globalizado.

Não há números oficiais, mas especialistas avaliam em um trilhão de euros o faturamento global das apostas, sendo que 85% são ilegais que corresponde mais do que o dobro do tráfico de drogas (400 bi, de acordo com a ONU).

A manipulação não se dá somente no resultado final das partidas, mas em “pequenos gestos” como levar um cartão amarelo, ceder um escanteio, perder um game específico.

Em regra, os corruptos são atletas frágeis, que aceitam até perder de propósito apenas para ganhar um upgrade numa passagem de avião, como já aconteceu com jovens tenistas de segunda categoria.

No escândalo do tênis, por exemplo, a mídia britânica mencionou montantes de no mínimo 50.000 dólares prometidos a jogadores que aceitariam manipular um jogo.

No futebol, ‘Calcioscommesse’, as ‘tarifas’ eram de 40.000 a 80.000 euros para uma partida de terceira divisão, e 250.000 a 400.000 euros para um jogo de Série A, segundo a procuradoria de Cremona.

A manipulação de uma partida de futebol pode custar de 2 a 5 milhões de euros, levando em conta a propina em si e os intermediários, para um lucro podendo chegar a 15 ou 20 milhões.

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Trata-se de uma luta difícil conseguir provas da culpabilidade dos envolvidos e a ausência de legislação específica, principalmente nos países asiáticos, dificultando ainda mais o trabalho das autoridades.

No intuito de combater a manipulação de resultados, a FIFA formou contrato com a Sportradar, empresa especializada na prevenção de manipulação de resultados, e utilizará seu sistema para identificar e analisar padrões ou comportamentos suspeitos nas apostas efetuadas em competições esportivas nacionais e internacionais de todo o mundo.

Segundo a entidade que administra o futebol no mundo, as atividades de vigilância serão realizadas em vários torneios, incluindo a Copa do Mundo e as Eliminatórias, a Copa das Confederações, os torneios olímpicos de futebol e todos os torneios de base, assim como vários campeonatos nacionais e competições do âmbito das confederações.

Será realizado, ainda, um trabalho didático-pedagógico de conscientização de jogadores, treinadores e comissão técnica, em um aplicativo a fim de que compreendam a importância de proteger a integridade do futebol e as repercussões das atividades fraudulentas, além de denunciar qualquer suspeita de maneira confidencial e anônima.

A luta está começando, mas as entidades administradoras do esporte estão atentas e, seguramente, encontrarão meios para extirpar a manipulação de resultados de nossos estádios, arenas, quadras e ringues.

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