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Olá a todos! Neste artigo iremos refletir sobre o que realmente pode fazer diferença no futebol ao conseguir aumentar o máximo possível a probabilidade de vitórias e, consequentemente, diminuir as derrotas. Segundo estudos (ANDERSON & SALLY 2013), o futebol é o esporte com menos probabilidade de que os favoritos consigam vencer (52%) em relação aos demais esportes coletivos – basquete 66%, beisebol 60%, futebol americano 65%, handebol 71%.

Nos dias de hoje, devido a tecnologia e o vasto conhecimento em diversas áreas dos aspectos humanos, tivemos uma evolução de forma exponencial, nos últimos 20 anos, na performance dos atletas chegando quase ao seu limite no que diz respeito as suas capacidades específicas para a modalidade (físicas, técnicas e táticas). A seguir vamos analisar alguns aspectos:

Para as capacidades físicas, hoje através de sistemas GPS e treking das partidas podemos entender exatamente como se movem os jogadores com distâncias, acelerações, desacelerações, diferentes velocidades de corrida, mudança de direção, dentre outros dados durante os treinamentos. Isso permitiu o estudo detalhado e programações específicas de treinamentos para cada atleta em suas equipes nas diferentes posições no campo.

Nos aspectos tático-técnicos (tática vem primeiro do técnico pois a capacidade de escolha é a tática individual vindo antes do gesto técnico a ser realizado) através de scout numéricos, observação livre e análises vídeo, é possível entender os comportamentos de uma equipe em diferentes fases do jogo para detectar pontos fortes e vulneráveis do time, setor ou jogadores adversários. Este conhecimento permite treinamentos estratégicos (individuais e coletivos) para que sua equipe reconheça o mais breve possível os movimentos do adversário e tenha um determinado comportamento pré-estabelecido para combater e/ou aproveitar a situação enfrentada.

Devido a tantos estudos, conhecimento e especificidade dos aspectos humanos ligados ao futebol, em qual área poderíamos e devemos nos aprofundar cada vez mais? De acordo com as novas tendências do futuro do esporte, esta área seria a do aspecto mental-emotivo dos jogadores. Como diz Pep Guardiola, em sua entrevista a Aspire Academy: “ O jogador hoje é capaz de chegar cem vezes ao fundo do campo para cruzar uma bola, mas a questão é: quando ele vai chegar? Um segundo antes? Um segundo depois? Ele tem que saber chegar no timing certo nem antes e nem depois, e isso define a inteligência no futebol”.

O fator mental, apesar de ser considerado muito importante, sempre foi menos trabalhado dentre os outros aspectos e capacidades devido a sua difícil compreensão e aplicação durante os treinamentos. A visão de um psicólogo em um staff técnico, já é muito conhecido geralmente cobrindo um papel de interlocutor e motivador mas pouco voltado para a atuação do atleta durante uma partida. O desempenho de um jogador durante uma partida pode-se resumir de acordo com a equação (GALLWAY 2013): “Desempenho Real = Desempenho Potencial – Interferências internas e externas”. Ou seja, o real trabalho de um psicólogo esportivo é compreender e exercitar aspectos mentais de cada atleta, como exemplo: a concentração, velocidade de pensamento e capacidade de escolha junto ao aspecto (talvez o mais importante), a gestão das emoções de acordo com os diferentes momentos do jogo, como: resultado vigente, importância do jogo, tempo de jogo, força do adversário, torcida, objetivos e problemas pessoais, entre outros.

De uma forma ainda não muito difundida, os chamados psicólogos esportivos começam a ter mais espaços nas equipes tendo como fundamental objetivo o entendimento dos comportamentos mental-emotivos da equipe e jogadores propondo exercícios para que, através de uma melhor gestão emocional durante toda a partida, isto possa ajudar a melhorar ou a manter o maior tempo possível a sua velocidade de pensamento e capacidade de escolha que vão influenciar diretamente no resultado de uma partida.

Em tempo de equivalência física, tático e técnica, o “famoso” jogador inteligente é aquele capaz de resolver problemas criando imprevisibilidade através de seu pensamento criativo. Este jogador pode ser goleiro com ótima capacidade de leitura da trajetória da bola, um zagueiro com perfeita antecipação ao lance ou com coragem de comandar o jogo com uma condução dentro das linhas adversárias; um meio campo que através de um passe é capaz de quebrar linhas em uma perfeita leitura tática; um atacante que se move no momento certo para receber um passe ou simplesmente criando superioridade numérica através de 1 vs 1 criando a instabilidade defensiva procurada em cada ação de ataque.

O futebol é somente e exclusivamente dos jogadores então, o investimento em um trabalho direcionando o reconhecimento e a gestão das emoções durante a partida, será a real diferença no futebol.

Segundo vocês, como podemos trabalhar o aspecto mental-emotivo com especificidade na performance do jogador durante as partidas?

Um abraço!

 
Referência Bibliográfica:
ANDERSON C.; SALLY D.; Os números do jogo: Por que tudo o que você sabe sobre futebol esta errado. São Paulo: Schwarcz, 2013
GALLWAY T.; The Inner Game: A essência do jogo anterior. São Paulo: NEWBOOK, 2013

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