Precisamos aprender com nossos erros. Aliás, os erros são fundamentais para a evolução em qualquer seguimento da vida e até mesmo para a vida. No futebol não é diferente. Costumo dizer que a derrota só é derrota quando não aprendemos nada com ela. Os problemas gerados com uma derrota aumentam o estresse em tudo que é interveniente no futebol. O estresse não é somente um perigo para a vida, que deve ser controlado e neutralizado por mecanismos adaptativos, mas também é criador de uma vida superior. O ideal seria aprender com o erro dos outros, mas, infelizmente, é raro ver isso acontecer, principalmente na cultura que vivemos. Na sua maioria, precisa-se errar para aprender. O que, como nós bem sabemos, em alguns casos nem assim aprendemos. Continuamos sempre cometendo os mesmos erros. Albert Einstein já dizia: “insanidade mental é fazer as mesmas coisas e esperar resultados diferentes”.
Uma analogia que faço com essa introdução está no processo de ensino-treino no futebol. Onde uma condição essencial para gerar um bom futebol é a qualidade do estímulo que oferecemos aos nossos atletas. O treino é tudo. A única forma de construirmos e criarmos algo no jogador e na equipe, é com o treino. Ficamos muito apreensivos com o que o jogador irá produzir em campo, só esquecemos que o jogo é reflexo do treino. Assim como o comportamento do jogador é reflexo diretamente proporcional da qualidade do treino e informação que oferecemos a ele. Uma teoria na qual o reflexo é a base do aprendizado.
Contudo, o ser humano pode aprender e se desenvolver sem uma fonte específica de ensino. Mesmo sem estímulos externos, o ser humano não é um sistema passivo, mas um sistema intrinsicamente ativo. A teoria do reflexo supôs que o elemento primário do comportamento é a resposta aos estímulos externos. O estímulo não causa um processo em um sistema, mas apenas modifica processos em um sistema autonomamente ativo. A teoria educacional do estímulo-resposta considera que o comportamento humano é uma resposta a estímulos provenientes do exterior. A parte mais importante (comportamentos reflexos e instintivos) são as respostas adquiridas ou condicionadas.
Um dos sintomas da doença mental é a danificação da espontaneidade. Não pretendo, nem quero fazer com que o não tenha criatividade na solução de respostas. Mecanizar o jogador e a equipe, é se auto-destruir aos poucos. Mas precisamos entender que o jogo é reflexo do treino. Tão quanto o nível da qualidade de informação, será a qualidade do jogo apresentada, individualmente e coletivamente. O treino é o único meio que temos para modificar o comportamento da nossa equipe. Precisamos tratá-lo com mais cuidado e nos dedicarmos mais na sua construção e elaboração.