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A cada dia que tenho nesse “universo” do futebol, compreendo que o ideal em qualquer conhecimento é sempre inatingível. Ou pelo menos deveria ser, se quisermos chegar em níveis mais alto de rendimento. Penso isso, primeiro pelo fato de que a evolução na forma de jogar é construída constantemente, tanto individualmente como coletivamente. Sempre haverão acertos a serem reforçados ou reformulados e vulnerabilidades a serem consertadas. As dúvidas que temos não são absolutas (há diversas ideias sobre o futebol e sua forma de jogar), mas também não podem ser absolutamente esvaziadas. Pois como sabemos o jogo de futebol é um jogo de hábitos, e hábitos são sempre difíceis de serem modificados ou acrescentados.

Originalmente a palavra método significa caminhada. No futebol é preciso aceitar caminhar sem um caminho, necessitamos fazer o caminho enquanto se caminha. Sempre com preceitos científicos e metodológicos e respeitando o processo educacional no ensino-aprendizado do jogador. O método só pode ser construído durante a pesquisa e o estudo entre a equipe a ser trabalhada e as ideias a serem implementadas. O método só nasce depois do devido conhecimento de tudo que é envolvente ao jogo que se pretende. O que diferenciamos neste caso é o “modelo de jogo” e a “concepção de jogo”. Esta por sua vez é o “ideal” de jogo do treinador com suas convicções na organização de equipe e do jogo. Essa está vinculada diretamente com a filosofia de jogo da instituição, com sua história e tradição futebolística e “empresarial”.

Eu, frequentemente, penso o quanto é que vão polemizar apenas contra o erro (dar ou não dar certo): este renasce sem parar de princípios e ideias de jogo, que como falado anteriormente, variam de “cabeça” para “cabeça”. Por isso, precisamos ter ideias definidas daquilo que queremos e pretendemos para aquilo que construimos, se for uma equipe, uma forma de jogar ou um departamento. Pois, só dando “tempo” àquilo que queremos, é que iremos colher os frutos do que semeamos. Temos a opção em trabalhar naquilo que acreditamos para alcançar um objetivo específico, ou “deixar” acontecer e “ver” no que vai dar. Nós somos o que fazemos repetidamente; a excelência não é um feito, mas sim um hábito (Aristóteles).

Compreendi, também, o quanto é que vão provar apenas o que diz respeito ao que está acontecendo aqui e agora: o jogo é reflexo do(s) treino(s) e de tudo aquilo que fizemos para a construção do jogar e do jogo, e isto logo é esquecido. Afinal, penso que é inútil apenas contestar: apenas uma nova concepção pode arruinar a antiga. É por isso que eu penso que a questão crucial é a de um princípio organizar do conhecimento, e o que é vital hoje em dia não é apenas aprender, não é apenas reaprender, não é apenas desaprender, mas reorganizar nosso sistema mental para reaprender a aprender. Como um sistema geral de solução de problema.

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