O Campeonato Brasileiro terminou com um gosto amargo para o torcedor do São Paulo. Todo resultado deve ser contextualizado. Um olhar simplista e distante pode considerar de bom tamanho um quinto lugar. Porém, se verificarmos com mais profundidade o que acontece no Morumbi é possível constatar que o Tricolor ainda não está pronto para voltar a vencer.
Um clube é campeão não por acaso. Vários fatores implicam na bola bater na trave e/ou sair ou entrar. Seria fácil apontar, por exemplo, que o São Paulo troca muito de técnico. Oras, o Palmeiras também troca e tem vencido campeonatos. O detalhe, entretanto, é a maneira atabalhoada e sem critério com que os treinadores saem e chegam ao São Paulo e o fato de nenhum profissional conseguir vencer pelo clube. Se no rival palmeirense, Marcelo Oliveira, Cuca e agora Felipão conseguiram ser campeões o último que triunfou no Morumbi foi Muricy Ramalho há mais de dez anos. Será que o problema é treinador ou o que se passa dentro da instituição?
O São Paulo se mostra um clube perdido pela falta de perfil em tudo: treinador, jogador e até de dirigente. Quantos executivos de diferentes personalidades e currículos passaram recentemente pelo Morumbi e quais conseguiram de fato construir algo importante? Desde Raí com sua história de ex-atleta, passando pelo empresário Vinícius Pinotti e pelo estatuário Ataíde Gil Guerreiro, nenhum dominou o ambiente e conduziu o time a conquistas.
Da demissão de Diego Aguirre a efetivação de André Jardine tudo se mostrou muito amador. Jogador de futebol tem sempre um apurado entendimento do contexto que ele está inserido. Não há como esconder de ninguém quando um clube está desorganizado. Está nítido que Jardine não terá respaldo algum. Como nenhum treinador teve nos últimos anos. Sem metodologia, sem avaliação criteriosa, continuará imperando a cultura resultadista: ganhou é bom, perdeu não serve. Não prevejo um 2019 diferente do que foram os últimos anos do São Paulo.