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Fernando Diniz está certíssimo em aceitar o convite do São Paulo. A camisa pesa. A história é gloriosa. Não dá para falar não para um clube desse tamanho. Só que esse clube está sendo maltratado nos últimos anos. Sua gestão tem sido amadora, sem convicção, muito mais aleatória do que planejada. A pouca movimentação recente na sala de troféus não me deixa mentir. E Diniz pode ser engolido por esse ambiente que não respira sucesso e não cria vitórias.
A força motriz do trabalho de Fernando Diniz está na criação harmônica de relações interpessoais entre os jogadores. A tática é consequência disso. Um goleiro, por exemplo, jamais terá segurança para sair jogando com os pés se os zagueiros, laterais e volantes não forem solidários para abrir linhas seguras de passe. Um meia não tentará um drible mais ousado se não confiar que as coberturas serão bem executadas, caso algo dê errado. Portanto, Diniz acredita que se não houver amizade, respeito e conexão entre os jogadores essas ações e reações não serão cumpridas em campo. As saídas prematuras de Fluminense e Atlético-PR criaram casca e trouxeram lições ao novo treinador do São Paulo. A convicção é a mesma dos tempos de Audax. Mas as derrotas criaram novos aprendizados.
É muito difícil cravar ou o sucesso ou o fracasso de qualquer profissional e/ou time. Mas é possível fazer uma análise das dificuldades que todos atualmente têm para conseguir sucesso no Morumbi. Jogadores e treinadores de comprovada competência naufragaram por não terem as condições necessárias para triunfar. O problema hoje é do clube. Não dos profissionais. Falta de coerência, de ideia de jogo, de perfil técnico e psicológico de contratações são consequências de uma mentalidade diretiva que ainda acredita que o sucesso é fruto do acaso. Sendo que o sucesso é previsível e deixa pistas. Trocar tanto de técnico e contratar jogadores por ‘oportunidades de mercado’ e não por lógica de jogo estão na lista de atributos de projetos fracassados.
 

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