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Mais um Campeonato Brasileiro chegou ao fim. Esse foi bem atípico, em um ano atípico, no meio dessa triste pandemia, mas com uma semelhança desde que esse formato foi implementado no Brasil, em 2003: nenhum clube de fora da região Sudeste conseguiu ficar com o troféu. Apenas Flamengo e Fluminense do Rio de Janeiro, Cruzeiro de Minas Gerais e os quatro grandes de São Paulo – Palmeiras, Corinthians, Santos e São Paulo – foram campeões neste período que já vai completar duas décadas.

O futebol é complexo e prefiro sempre o viés sistêmico para fazer qualquer tipo de análise. Tanto para situações de dentro das quatro linhas como também para o que acontece fora de campo. Nunca é apenas um fator que explica um fenômeno essencialmente humano como é o jogo. E de bate pronto, o que mais me chama a atenção é o desgaste físico que as distâncias que um país continental carrega. Vamos pegar esse campeonato 2020 vencido em 2021 pelo Flamengo. Quais as distâncias percorridas pela equipe carioca em comparação, por exemplo, com o vice-campeão Internacional?! O Flamengo tem três adversários da mesma cidade e cinco paulistas que uma rápida ponte aérea basta. E o Inter, que só tem o Grêmio como vizinho?! Será que o tempo perdido em aeroporto e com viagens não traz um desgaste maior, decisivo e que influencia no alto rendimento?! Se estamos tratando de alto nível, em que detalhes são preponderantes no resultado final, pode estar neste fator uma das “facilidades” de quem está no eixo SP-RJ-MG. 

Porém há um fato irrefutável que traz mais um elemento para essa análise: Vasco da Gama e Botafogo tiveram exatamente as mesmas distâncias percorridas pelo Flamengo e foram rebaixados. O que explica? Simples: gestão! Seus jogadores podem estar descansados, viajando pouco, mas se a estrutura geral não for boa não vai adiantar nada. E uma gestão profissional e eficaz não envolve apenas dinheiro. Envolve organização, ideias, coesão, etc. 

Os pontos corridos deram um calendário definido e organizado para quem está nas duas primeiras divisões. Mas trouxe também uma centralização geográfica jamais vista por aqui, tirando as surpresas e revelações de times considerados ‘azarões’. E há também uma divisão muito clara em quem sabe empregar de maneira inteligente os recursos que tem. Investir em logística, fisiologia, ciências do esporte e outras coisas que não aparecem tanto pro torcedor podem dar mais resultado do que aquela contratação cara e bombástica que vai dar um efeito, muitas vezes, apenas inicial. E essa nova realidade deixa também escancarado que só uma camisa pesada e uma tradição passada não garantem nem o sucesso e nem a sobrevivência no presente.

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