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Crédito imagem: Redes sociais/Juventus

Na esteira da excelente medida da CBF em restringir o número de trocas de treinador nesta edição do Campeonato Brasileiro, trago um tema que sempre me intrigou: porque grandes clubes investem em ex-jogadores consagrados, mas sem (ou pouca) experiência de comando para dirigir suas equipes principais?

É importante ressaltar que esse é um fenômeno mundial. E que até se aplica a seleções. Vamos lembrar de Dunga no comando do Brasil? Os critérios são os mesmos, ou bem parecidos, para falarmos de Rogério Ceni no São Paulo, Gallardo no River Plate, Pirlo na Juventus, Zidane no Real Madrid e até de Guardiola no Barcelona, dentre inúmeros outros.

Uma similaridade em praticamente todos os casos é o início: para um ex-jogador vitorioso virar treinador é necessário um cenário de crise e turbulência onde ele está assumindo. Quando as vitórias cessam, a pressão aumenta e o ambiente não é favorável, nada melhor do que recorrer a alguém conhecido, um rosto familiar, um nome que já construiu algo.

Dirigentes usam, de maneira intencional ou inconsciente, o conhecimento que esse profissional já tem da cultura. Mesmo no Brasil, onde há um grande viés político, os clubes mantêm uma estrutura e um modus operandi no dia a dia que independentemente de quem se elege para ocupar as cadeiras mais importantes pouco muda . E de fato conhecer essa organização, a maneira particular de a torcida se comportar e até mesmo nutrir um amor pelo clube, pode fazer com que esse ‘novo treinador’ tenha elementos para triunfar que outros profissionais ou não tem ou demorariam muito tempo para obter.

O fator torcida, mesmo em tempos pandêmicos sem público nos estádios, também conta muito. É natural uma paciência maior em casos de quem já tem uma história. Talvez o número “mágico” três – em caso de três derrotas consecutivas uma demissão – não se aplique a esses “treinadores-ídolos”. E o próprio respeito do grupo de jogadores no vestiário por esse capital simbólico do comandante pode ser diferente.

Quem se propõe a analisar o futebol com o viés da complexidade tem que entender que o jogo propriamente dito é só uma parte do todo – para mim, ainda e sempre, a mais importante. Mas não podemos tirar o contexto e o ambiente de qualquer olhar para o que acontece no futebol. É justo? Nem sempre…mas é a realidade.

*As opiniões de nossos parceiros não correspondem, necessariamente, à visão da Universidade do Futebol

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