Crédito imagem – C.Gavelle/PSG
Tivemos no final da última semana a divulgação de possibilidades de mudanças que a FIFA estuda implementar no futebol para os próximos anos. Não é nada oficial e até por isso nem vou entrar no mérito dos pormenores, como duração das partidas, número de substituições, o cronômetro ser paralisado quando a bola não estiver em jogo etc. Mas o que fica como positivo para mim é a entidade máxima do futebol estar atenta a maneiras de tornar o jogo mais atrativo, principalmente pensando nas próximas gerações. O futebol é algo inserido na sociedade. Se ela muda, o jogo tem que acompanhar. É nítido e notório que os mais jovens não consomem futebol como os mais velhos. Meu filho de três anos tem acesso a diversas fontes de entretenimento que eu não tinha na minha infância. Eu vivia inserido quase que ‘full time’ no jogo. Seja praticando, falando sobre, lendo, ouvindo etc. Porém ele já não. A agilidade dos games, dos celulares, das redes sociais pode tornar massante acompanhar um jogo de aproximadamente cem minutos (com acréscimos) sem nenhum gol acontecer.
A discussão hoje no Brasil é como fisgar os mais jovens para continuar torcendo pelos nossos clubes. A paixão que passa de geração para geração, de pai para filho, capta e convence apenas uma parcela. Para outras é preciso entregar algo mais, senão eles irão consumir e gerar receita para o Barcelona, Paris Saint German, Manchester City e etc. Ou o número de camisas desses clubes nas ruas é o mesmo de vinte anos atrás?!
Se nada for feito, no médio e longo prazo a discussão não será mais qual clube do mundo vende mais produtos no Brasil. E sim como criar uma nova geração apaixonada por futebol, que prefira jogar e consumir a modalidade ao invés de ficar no videogame, nas series e nas centenas de outras formas de diversão que serão criadas, mas que hoje nem fazemos ideia. Mais da metade dos aplicativos que tenho hoje no meu aparelho celular não existiam há cinco anos. Veja a velocidade das coisas!
A FIFA está atenta a tudo isso. Até porque para a própria indústria funcionar o torcedor é a parte mais fundamental. Sem ele nada gira! Portanto, por mais que eu seja tradicional e conservador na essência do jogo, tenho que admitir que algo precisará ser feito. Para que meu filho e meus netos tenham a mesma paixão que eu sempre tive por futebol. O mundo é outro e não irá parar de mudar!