Crédito imagem: Valquir Aureliano/Portal Bem Paraná
Semana triste com casos de violência no futebol brasileiro. Absurdos que nem registrarei com pormenores para não dar ainda mais visibilidade aos agressores. O que quero, sim, é jogar luz em alguns elementos nocivos no enxergar o jogo de futebol que estão transformando os necessários apaixonados em alguns bandidos invasores, delinquentes que cometem atentado contra trabalhadores.
Claro que temos que colocar que o futebol está inserido na sociedade, que é um sistema maior. E quanto mais esse sistema for disfuncional mais seus elementos sofrerão. Já falamos que nossa sociedade tem suas violências e impunidades. Porém isso está se somando aos ingredientes impaciência e intolerância dos dias atuais, fazendo com a panela de pressão exploda mais rápido e mais forte! Hoje tudo tem que ser pra ontem. Ou no máximo para agora. Precisamos ter verdades absolutas em fração de segundos. A internet julga e cancela. Mesmo que em muitos casos não tenha solidez e embasamento para esses tais vereditos. No futebol isso é transferido aos personagens. Técnicos, jogadores e até dirigentes são individualmente valorizados e ridicularizados na mesma proporção em função de alguns poucos resultados. Ignoramos contexto, processo e todo o ecossistema que sustenta, positiva e negativamente, o resultado. Ganhou é gênio. Perdeu não presta.
Nada justifica a violência. Nada! E futebol não é um mundo à parte. O que é da esfera policial transcende as quatro linhas. Contudo nós do futebol podemos ter uma visão mais ampla, entendendo que dentro de um clube, por exemplo, é mais importante a criação sistêmica de uma cultura ou do sucesso ou do fracasso que permeia todo o processo. O impacto de um jogador e de um treinador é pequeno frente ao que o clube produz como um todo. Vou continuar propagando essas ideias, mesmo tendo muito pessimismo sobre a real assimilação disso da parte de quem pratica um atentado com bomba contra quem está exercendo um ofício…