Sim. Quero responder essa pergunta com um longo e sonoro simmm…. Mas por quê?
Pelo lado das oportunidades: crescimento exponencial de novos expectadores, novos consumidores, patrocinadores, oportunidade de expansão das marcas de clubes fortes ou fortalecimento e visibilidade de clubes que não são tão expressivos no cenário nacional. Incremento de vendas de diversos setores como, por exemplo, o de artigos esportivos.
Além disso, o futebol feminino é estratégico pois significa responsabilidade social, diversidade e inclusão tanto para clubes quanto para marcas que investem na modalidade e na formação das atletas. A modalidade tem um número crescente de competições nacionais e internacionais, com um aumento explosivo de audiência e visibilidade das marcas. O futebol feminino ainda leva nossa marca Brasil para diversas competições, incluindo Olimpíada e Copa do Mundo.
Mas o futebol feminino também é estratégico pelo lado dos riscos… Explico-me. Que tal ver seu time do coração tomando uma goleada de um time rival ou de um time de “camisa menor”? Que tal essa goleada ser assistida por milhares de expectadores e, cada vez mais, sendo transmitida pela TV e principais canais de streaming? Que tal continuar deixando o time de futebol feminino treinar em “qualquer lugar” e com “qualquer suporte” e depois disputar os jogos com a camisa oficial do clube? Que tal todos os riscos de simplesmente delegar para um gestor desqualificado a responsabilidade de juntar um número de atletas sem estrutura adequada, sem apoio e sem investimento na formação técnica e humana das atletas para simplesmente cumprir os regulamentos? E, depois, como arcar com todas as consequências civis, de reputação e perdas financeiras?
Fazendo um resgate histórico, de esporte proibido para mulheres até a visão estratégica da FIFA ao regulamentar o futebol feminino por reconhecer sua importância para a continuidade do crescimento do futebol, foram muitas lutas. A modalidade foi regulamentada no mundo e também no Brasil com esta visão de inúmeras oportunidades que podem ser ilustradas, por exemplo, pelo público recorde de mais de 1 bilhão de telespectadores que assistiram à Copa do Mundo feminina da França em 2019.
Além disso, a FIFA criou, em 2018, a Estratégia Global para desenvolvimento do futebol feminino baseada em cinco pilares: desenvolver e crescer dentro e fora do campo, melhorar as competições, comunicar e comercializar, igualdade de gênero em papéis de liderança e educar e empoderar.
E você? Com tantos resultados sociais, econômicos e culturais em curso e com o crescente engajamento de diversos stakeholders para o impulsionamento da modalidade e da agenda EESG (Economic, Environment, Social and Governance), que tal assumir uma estratégia mais robusta e consistente para o futebol feminino?
Texto por: Heloisa Rios
Imagem: Sam Robles/CBF