FUTEBOL NÃO É ÔNIBUS LOTADO

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		Pessoas em ônibus lotado com celular

Ao contrário do ditado popular que compara várias situações com um ônibus lotado dizendo “quem está fora quer entrar e quem está dentro quer sair”, no futebol, quem está fora quer entrar e quem está dentro quer ficar. E são várias razões para esse fenômeno. Para mim, a frase que mais explica é: “Futebol, uma indústria de paixões e milhões.”

Na maioria dos casos, o interesse em trabalhar no futebol é diferente de todas as outras indústrias onde já trabalhei. O cenário que vejo no futebol reúne desde torcedores fanáticos, que querem ajudar e influenciar nas decisões do seu clube, a pessoas que veem nesse esporte um trampolim para cargos políticos ou de visibilidade e reconhecimento na sociedade. Há ainda os profissionais que sonham com oportunidades de altos e rápidos ganhos financeiros, e até uma parcela crescente de quem gosta de desafios e vê no futebol muitas oportunidades de carreira e impacto social.

Em todos estes casos, seja você um dirigente, executivo, gestor, médico, profissional de marketing, árbitro, supervisor, psicólogo, advogado ou tantas outras profissões, é hora de investir na capacitação e no desenvolvimento, pois o futebol está em plena transformação no Brasil e no mundo.

Essa indústria ficou anos “protegida” por estruturas e legislações arcaicas, como a lei do passe e a permissividade de governos que renegociavam dívidas infinitamente, privilegiando dirigentes e gestores incompetentes ou mal-intencionados. Além disso, o futebol sempre foi usado como plataforma política, o que fez com que até hoje os clubes e organizações estejam cheios de pessoas indicadas para perpetuação de poder e não, necessariamente, de pessoas com habilidades e competências para ajudar no seu crescimento rentável e sustentável.

A boa notícia é que, nos últimos anos, começamos a perceber avanços significativos em diversas áreas, que são consequência de fatores como a implantação da Lei Pelé desde 1998, do engajamento maior de outros atores do ecossistema do futebol, como os patrocinadores que passaram a exigir mais transparência e prestação de contas (Pacto pelo Esporte). Exemplos também de clubes que fizeram turnaround e clubes que desenvolvem e implementam estratégias diferenciadas com excelência e austeridade na gestão.

Soma-se a isso o aprendizado e consequências com a chegada das SAFs, as discussões sobre FairPlay financeiro, a introdução de diversas tecnologias e a adoção de mais governança e conformidade.

Porém, mesmo com tudo isto acontecendo, somente por meio de pessoas e profissionais que estejam preparados, trazendo habilidades e competências para liderar a modernização da gestão do futebol, teremos uma indústria mais ética, inclusiva, sustentável e competitiva. E, com certeza, investir em educação e formação será o grande diferencial para que elas conquistem seu lugar nesse ônibus tão disputado.

Texto por: Heloisa Rios

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