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A série Ted Lasso é uma comédia inspiradora e cheia de lições de vida. De maneira divertida e inteligente, ela apresenta situações reais vividas pelo personagem principal, o treinador Ted Lasso, mas também por tantos outros atores deste ecossistema com destaque para os atletas, comissão técnica e para a acionista do clube.

O tema transição de carreira me chamou muita atenção pois a própria história é centrada em um treinador de futebol americano do Kansas (EUA), que é alçado ao desafio de assumir um time de futebol na Inglaterra sem nenhuma experiência prévia na modalidade. Observando mais de perto, é fascinante ver como ele enfrenta os desafios desde o desconhecimento total do básico do futebol, que são as regras do jogo, até desafios pessoais como lidar com um divórcio e passar a conviver com o único filho de maneira virtual.

Fica claro como ele é focado e constrói o tempo todo nos seus pontos de força e não fica lamentando suas fraquezas. Partindo das suas forças que são a mente positiva, a capacidade de adaptabilidade, resiliência, empatia e inteligência emocional, Ted vai investindo em aprender e desenvolver suas novas habilidades no futebol através do interesse genuíno nas pessoas mais experientes, leitura, observação e muito diálogo.

Vale destacar que para alcançar os objetivos, Ted tem uma abordagem sistêmica que contempla desde suas estratégias para lidar com a parte política do clube, até seus métodos de gestão e liderança, sempre se cercando de pessoas mais capazes do que ele. Ted está sempre aberto para escutar e inovar.

Mas se Ted conduz assim tão bem, por que na grande maioria dos casos é tão difícil fazer a transição de carreira? Se pensamos especialmente nos atletas, o que há de tão particular neles que torna este processo difícil e, muitas vezes, doloroso?

Conversando com ex-atletas e vendo lições desta série, fui colecionando minhas primeiras reflexões. Em conversa com um amigo, ex-jogador profissional, escutei: “Eu não me percebia fora dos gramados. Eu era conhecido e reconhecido como atleta. Ser atleta se tornou a parte central da minha existência. Como encontrar um novo propósito?”

Deste fato surgem certamente questões psicológicas, emocionais e necessidade de desenvolvimento de habilidades específicas. Como fazer a transição do centro de um gramado com milhões de telespectadores para uma mesa de escritório ou para começar do zero como treinador ou outro papel de coadjuvante ? Como enfrentar as perdas, incertezas, inseguranças e ainda ter de se provar em um ambiente totalmente novo? Como aprender habilidades específicas e enfrentar concorrentes mais experientes que tiveram tempo de estudar e se desenvolver enquanto o foco do atleta estava nas competições?

Surgem inúmeras perguntas e desafios que valem muitos outros textos, conversas e encontros, mas deixo hoje um diálogo lindo da série onde a namorada de um jogador de futebol, em transição de carreira, pede para a sobrinha descrever o tio. A garotinha faz uma descrição detalhada dele como ser humano e de todas as qualidades que o fazem ser quem é. Em nenhum momento ela cita o tio como jogador. Daí uma pergunta: quanto valor e força podemos gerar se partirmos da nossa verdadeira essência para o processo de transição?

Texto por: Heloisa Rios, especialista em estratégia, inovação e ESG, é sócia-CEO da Universidade do Futebol e conselheira de empresas.

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