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Grande parte dos debates sobre o futebol, estejam eles nos bares, nos lares ou nos programas esportivos, pautam-se pelos palpites sobre os resultados de jogos e campeonatos. É justamente o prazer em discutir esse assunto e tentar prever os resultados das partidas ou desempenho dos jogadores que faz com que “games” como o Cartola ou o “mundo das apostas” conquistem tantos adeptos!  

Somos, o tempo todo, instigados a prever aquilo que há de mais imprevisível no futebol: o próprio jogo! E isso, de fato, nos fascina. Nesse contexto, surgem, além de milhares de apostadores ou “cartoleiros”, incontáveis “profetas”, sobretudo na mídia esportiva, que se aproveitam da visibilidade e audiência que esse debate gera, para opinar sobre quem será o vencedor de uma partida ou campeão de uma competição.  

No entanto, o maior erro dos falsos profetas é basearem-se na previsibilidade e não na imprevisibilidade. O Botafogo será campeão, sem dúvida!, todos apontavam. E agora, com o time carioca minguando, vendo perder toda a diferença de pontos que possuía rodadas atrás em relação aos adversários, o que dizer para desdizer? 

Ainda que não possam ser considerados “falsos profetas”, os estatísticos também se aventuram, mesmo que fundamentados no conhecimento científico produzido pelas ciências exatas, a prever quem serão os campeões das competições esportivas. Há 5 semanas atrás, dia 03 de setembro, especificamente, o jornal O Globo, publicou reportagem[1] com a seguinte manchete: “Bola de Cristal: Botafogo cai pra 86% de chance de ser campeão, e Vasco tem quase 70% de probabilidade de cair; veja números”. Mas aí está o “calcanhar de aquiles” destas previsões: as ciências exatas, sozinhas, não dão conta de prever os resultados do jogo de futebol, porque ele é, acima de tudo, jogo. E como jogo, é imprevisível!  

Se as ciências exatas não dão conta de prever os resultados dos jogos, o que dirá pessoas que sequer do conhecimento científico se apropriam para emitir suas opiniões, certo?  

O que há de mais imprevisível que o jogo lúdico? Ainda mais quando se joga no território das paixões, caso do futebol. A saída de um técnico pode desandar a maionese, assim como uma contusão, uma expulsão, uma rusga no vestiário, uma desavença com o técnico, uma vaia da torcida, uma precipitação dos dirigentes, ou a falta de preparo emocional. 

Treze pontos no meio de um campeonato nada garantem e recomendam cautela antes de trombetear o eleito. Faltam seis rodadas e o Botafogo pode ser campeão sim, assim como o Grêmio pode passar-lhe a frente, ou o Flamengo, ou o Palmeiras, ou, quem sabe, o Bragantino. Quase tudo pode ser. Podemos profetizar, por exemplo, que o América não será campeão, mas aí é covardia, pois se trata de uma possibilidade inexistente. A cada rodada há um desfile de profecias sobre resultados. Os que acertam falam grosso do alto de sua sapiência. Os que erram fazem de conta que nada disseram. Certos estão os que consideram tratar-se o futebol de um jogo onde reina o imprevisível e não as previsões claras. 

Tudo, ou quase tudo, é possível e essa é a graça do jogo. Se soubéssemos, antecipadamente, os resultados ou quem seria o próximo campeão, que graça teria o jogo de futebol? No fim, parte da graça acaba sendo mesmo os palpites tortos dos falsos profetas. 


[1] https://oglobo.globo.com/esportes/noticia/2023/09/03/bola-de-cristal-botafogo-cai-pra-86percent-de-chance-de-ser-campeao-e-vasco-tem-quase-70percent-de-probabilidade-de-cair-veja-numeros.ghtml

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