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Com a sequência de jogos no futebol profissional, em que frequentemente ocorrem duas partidas por semana, a comissão técnica tem uma difícil tarefa: manter os estímulos de treinamento adequados aos suplentes para, quando lhes surgirem uma oportunidade, terem condições (física-técnica-tática-mental) de atenderem a demanda que o jogo e o modelo de jogo os impõe.

Como sabemos, suspensões, lesões, maus resultados e baixo rendimento individual são os motivos que acarretam alterações na equipe. Quando feitas as mudanças, todo treinador tem a esperança de que os efeitos gerados no desempenho coletivo sejam positivos.

Quanto maior o conhecimento do treinador sobre o potencial atual de cada atleta e como sua presença (do atleta) entre o onze inicial altera o funcionamento do sistema, maiores são as possibilidades da equipe se manter organizada para o cumprimento do objetivo máximo do jogo.

Porém, será que todos os treinadores tem ideia do nível atual de cada um dos suplentes?

Se considerarmos um elenco com 32 jogadores, cerca da metade deles terão poucas oportunidades no decorrer da competição. Quando surgirem, (as oportunidades) devem estar prontas, pois no rotativo mercado do futebol, um mau resultado (talvez originado por suplentes despreparados) pode custar a demissão de toda a comissão.

Com os 32 atletas, numa semana hipotética com dois jogos na semana, o número de atletas à disposição ao longo do microciclo segue abaixo: (ainda hipoteticamente, podemos considerar dois atletas lesionados que não participam das atividades da semana).

Na segunda-feira (após o jogo do dia anterior), o treinador tem 19 atletas à disposição para treinamento.

Na terça-feira, véspera do jogo, 30 atletas estão à disposição para treinamento. Na quarta-feira, dia da partida, 11 jogadores estão à disposição para treinamento. Na quinta, após o jogo, 19 atletas estão à disposição para treinamento. Na sexta e no sábado, 30 atletas estão à disposição para treinamento.

No futebol de hoje, como a comissão técnica trabalha com quem vem sendo menos aproveitado? A carga de treino oferecida aos atletas é suficiente para deixá-los preparados para o jogo?

Uma alternativa muito utilizada pelos clubes é a realização de jogos amistosos um dia após o jogo oficial com o objetivo de "dar ritmo" àqueles atletas que não tem jogado, ou então, tem jogado pouco. É, sem dúvida, um excelente treino para preparar os suplentes, no entanto, corresponde a somente um dia do microciclo competitivo.

E o que se faz nos demais dias?

As segundas-feiras, quando não se faz um amistoso, a comissão técnica prepara uma atividade que dê uma carga de treino próxima a do jogo ou simplesmente elabora uma sessão de treino físico?

As terças-feiras, com o elenco todo à disposição e sem poder desgastar os titulares, treina-se fisicamente somente os não relacionados ou existe alguma preocupação (e por que não um risco) de aumentar a intensidade do treino (com jogo) também para os suplentes uma vez que somente três substituições poderão ser feitas no dia seguinte?

Na quarta-feira, com onze atletas à disposição, o profissional do clube que geralmente fica responsável por esta sessão de treino é o auxiliar de preparação física. Ele irá aplicar a sessão de treino a partir de uma conversa prévia com o treinador ou seguirá as recomendações do preparador físico? Será que, mesmo com o elenco reduzido, alguns comportamentos de jogo não podem ser estimulados?

Na quinta-feira, a comissão novamente tem 19 atletas disponíveis. O que treinar: jogos reduzidos com regras desconexas ao modelo de jogo ou jogos que incidam sobre as limitações individuais e coletivas que têm custado a titularidade a este grupo de atletas?

A sexta feira é o único dia da semana em que a comissão tem todo o grupo para um trabalho de caráter aquisitivo. É um dia que o pouco tempo que se tem para treinar deve ser muito bem aproveitado em especificidade. No sábado a situação é semelhante à terça-feira.

A comissão técnica deve buscar constantemente a fórmula ideal para a operacionalização do microciclo com dois jogos na mesma semana. É responsabilidade de o treinador gerenciar os conteúdos de treino que precisam ser aplicados visando a manutenção e/ou melhoria da performance coletiva.

Coerente será a comissão que enxergar nos suplentes um grupo de atletas que precisam ser mantidos motivados e, principalmente, preparados. Para finalizar, só mais uma pergunta: como você treina os seus reservas?

Para interagir com o autor: eduardo@universidadedofutebol.com.br

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