Copa do Mundo: a discreta e perigosa França

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Quatro anos após o vexame da eliminação na primeira fase da Copa do Mundo na África do Sul, a França veio reformulada para a competição no Brasil e, sob o comando do ex-jogador Didier Deschamps, se classificou para as oitavas de final.

Com somente quatro atletas da campanha de 2010, Lloris, Sagna, Evra e Valbuena, o selecionado francês fez 7 pontos em 3 jogos, se classificou com uma rodada de antecedência, não repetiu a escalação em nenhuma partida e já utilizou 19 dos 23 jogadores convocados.

Integrante do Grupo E da competição, a previsão inicial apontada pela maioria da opinião pública, de se classificar em primeiro da chave e enfrentar a Nigéria (segunda colocada do Grupo F), se concretizou e confirmou a equipe europeia entre as dezesseis melhores do mundial sem qualquer alarde.

Se para Costa Rica, Argélia, Estados Unidos e Grécia esta etapa alcançada é motivo de orgulho para o país e de inúmeras reportagens pelo mundo afora, para a França (e para os franceses) a Copa do Mundo está começando agora.

Vejamos, abaixo, as escalações da França nos três primeiros jogos, sempre distribuída em 1-4-3-3.

Esquema Tático 1-4-3-3 utilizado na estreia contra Honduras (3 a 0)

 

Esquema Tático 1-4-3-3 utilizado na goleada contra a Suíça (5 a 2)

Esquema Tático 1-4-3-3 utilizado no empate frente ao Equador (0 a 0)

 

Dos 8 gols feitos na competição a equipe segue a tendência dos resultados apresentados no estudo realizado pelo treinador da equipe sub-20 do Figueirense-SC, Cristian de Souza, e pelo auxiliar técnico do Fragata-RS, Youssef Couto, quanto à predominância, nesta Copa do Mundo, dos gols a partir de jogadas de Transição Ofensiva e Bolas Paradas. Até o momento foram 4 gols (50%) a partir de jogadas de Contra-ataque, 2 gols (25%) de Bola Parada, sendo 1 gol de Pênalti e 1 gol de Escanteio, 1 gol (12,5%) a partir de uma jogada de Posse de Bola e 1 gol (12,5%) Contra, também originário em uma jogada de Contra-ataque.

Já em relação aos 2 gols sofridos, 1 foi de Bola Parada a partir de uma Falta Frontal e o outro a partir de Posse de Bola do adversário.

Pelas escalações e decisões de Deschamps até o momento, 9 jogadores tem presença garantida no onze inicial nas oitavas de final, são eles: Lloris, Debuchy, Varane, Sakho, Evra, Cabaye, Matuidi, Valbuena e Benzema. Restam 2 vagas para 4 jogadores: Pogba, Sissoko, Griezmann e Giroud. A opção escolhida, obviamente, remeterá o que o treinador francês pensa para o jogo.

Montado em 1-4-3-3, o jogo que se desenha para a equipe francesa, hipoteticamente, traz a Nigéria em bloco baixo, com duas linhas, explorando os contra-ataques com os passes dos volantes Mikel e Onazi.

Abrir o campo, conseguir jogar entre linhas, gerar desequilíbrios com dribles, progressão com tabelas, aumentar a frequência de cruzamentos na zona de risco, finalizações de fora da área, finalização em jogadas aéreas e reação imediata após a perda da posse de bola serão recursos necessários para vencer o confronto. Na sequência, para cada um dos recursos, os jogadores (2 dos 4 que Deschamps tem disponível) que podem potencializá-los:

Abertura do campo – Griezmann e Sissoko
Jogo entre linhas – Pogba e Griezmann
Desequilíbrio com dribles – Pogba e Griezmann
Progressão com tabelas – Pogba e Sissoko
Aumentar a frequência de cruzamentos – Griezmann e Sissoko
Finalizações de fora da área – Pogba e Giroud (para Benzema finalizar de fora da área)
Finalizações em jogadas aéreas – Sissoko e Giroud
Reação imediata após a perda – Sissoko e Griezmann

Não podemos esquecer das inter-relações destes recursos com os demais jogadores. Valbuena, por exemplo, é um jogador de grande capacidade de gerar desequilíbrio com dribles.

A trajetória da equipe francesa até a sonhada final pode ter no caminho a poderosa Alemanha, que, segundo estatísticas da FIFA, quase atingiu a marca de 1000 passes no último jogo, uma equipe sul-americana sensação, Chile ou Colômbia, ou ainda o anfitrião Brasil. Antes, porém, terá que passar pela Nigéria. Se fosse você o treinador, quem escalaria?
 

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