O futebol brasileiro vive um momento paradoxal. Há poucos meses conquistamos, com algumas exibições de gala, a Copa das Confederações realizada na Alemanha, como uma avant première da Copa do Mundo de
Também há pouco, terminamos a fase sul-americana das eliminatórias para a Copa do Mundo em primeiro lugar, superando novamente a Argentina que liderou a competição praticamente durante todo o tempo. Conquistas como estas nos enchem de orgulho.
Por outro lado, os escândalos na arbitragem, recentemente revelados, provocam descontentamentos, decepções, suspeitas que já comprometem irremediavelmente a nossa principal competição de futebol que é o campeonato brasileiro e, o que é pior, debilitam nossas instituições e o conceito moral de todos nós brasileiros.
Nosso grande patrimônio cultural chamado futebol tem a capacidade de orgulhar até aqueles que não são tão apaixonados por esta modalidade esportiva, mas ao mesmo tempo de envergonhar, diante de tantos escândalos.
Tais constatações nos fazem concluir que o futebol, como metáfora da vida, reflexo de nosso modelo de sociedade, é este fenômeno que nos obriga a conviver com os paradoxos e contradições de nossa existência, onde o lado mágico, criativo, estético, alegre, descontraído, solidário, vitorioso, tem que conviver com o seu lado obscuro, feito de mentiras, corrupção, malandragem, egoísmo e desonestidade.
Deste caldo cultural é que sai a nossa identidade como Nação. E é justamente deste eterno conflito que temos de encontrar as brechas em busca de nossa superação e o nosso desenvolvimento enquanto seres verdadeiramente humanos.
Esta decisão do caminho a seguir não cai do céu, não vem do governo ou de outra instituição qualquer. É uma decisão que vem lá do fundo da consciência de cada cidadão.
Para interagir com o autor: medina@universidadedofutebol.com.br