Um dos exercícios preferidos dos jornalistas esportivos, bem como de muitos torcedores, parece ser o de querer adivinhar o que vai acontecer numa partida de futebol, num campeonato; saber, enfim, quem vai ser o campeão.
Foi muito divertido acompanhar os campeonatos pelo Brasil afora e ouvir as previsões sobre os prováveis campeões. Afinal a recente lição sobre o favoritismo do Brasil na Copa de 2006 já foi totalmente esquecida.
Em São Paulo, por exemplo, estávamos ainda em janeiro, o campeonato paulista mal começando e já se ouvia, devido às boas vitórias nas primeiras rodadas, que Corinthians, São Paulo, Santos e Palmeiras, seriam os quatro semifinalistas. A diferença entre estes quatro grandes times e os demais, dizia-se, era enorme.
Não demorou muito para que Corinthians e Palmeiras começassem a tropeçar e aí os discursos também começaram a mudar. A partir daí os “experts” apostavam todas as suas fichas em Santos e São Paulo. Boas estruturas, bons treinadores, bons jogadores. Parece que não havia mais dúvidas, um dos dois seria o campeão.
Faltava apenas saber quem seria os outros dois semifinalistas. Num certo período do campeonato, Noroeste e Paulista de Jundiaí, por possuírem estruturas mais profissionais e estáveis, seriam os adversários de São Paulo e Santos.
E eis que chegam as semifinais. São Paulo e São Caetano e Santos e Bragantino enfrentam-se em duas partidas. Não havia mais qualquer sombra de dúvidas. Santos e São Paulo eram disparadamente os grandes favoritos e fariam a grande final.
Daí vem a realidade dos fatos e os dois grandes favoritos em quatro jogos não ganharam uma partida sequer. A final ficou para Santos e São Caetano.
Mas agora não há mesmo nenhuma dúvida. Santos, o melhor time durante toda a competição será o campeão. Ou será que não?
Bom, a verdade é que eu não tenho nenhum palpite.
Afinal, o favoritismo costuma desmobilizar os favoritos e desmoralizar os entendidos.
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