Doni ou Julio César? Afonso ou Vagner Love? Robinho joga? Ronaldo ainda pode jogar? E o Adriano, por que não? E se o Romário ainda estivesse em forma?
Volta à ativa da seleção brasileira e a overdose da cobertura da imprensa já começa a mostrar o quão vazio anda o trabalho relacionado ao time nacional. A era da assessoria de imprensa, que coloca um abismo entre jogador e jornalista, parece ter feito com que tivéssemos um emburrecimento jornalístico.
Com a internet e a TV a cabo, o treino da seleção é esmiuçado em todos os seus detalhes. Da expectativa da entrada do time, passando pela roda de bobinho e pela ânsia de descobrir quem veste qual colete e chegando à coletiva de imprensa, virou rotina dolorosa a cobertura da seleção brasileira.
Tempo real do treino pela internet, com direito a informações importantes como quem está no centro da roda do bobinho. Informações de bastidores dando conta de qual será a escalação oficial do time.
E ninguém consegue sair desse tipo de cobertura.
Do que interessa, de fato, saber a fundo quem Dunga colocará para jogar? Não é muito mais importante entender como o time joga?
A observação do treino é fundamental para o jornalista saber como se comportará o time durante toda a partida, quais as alternativas que o treinador costuma colocar, qual tipo de treino ele aplica para o time e o que, de fato, os jogadores têm feito em campo.
Mas a preocupação com o treino já termina quando o colete é distribuído e o jornalista acha que daí estará o time titular. A partir disso, começam todas as críticas sobre por que o técnico é incoerente na escalação, por que tal jogador está atuando em função errada, por que o Afonso não presta para a seleção, por que o Dunga é técnico-tampão, etc.
Para o azar de todos, serão dois anos de eliminatórias. Ao todo, 18 rodadas, divididas em nove períodos com dois jogos cada. E as mesmas dúvidas de sempre… Será que Dunga agüenta esse ritmo até o fim? Aliás, será que alguém ainda agüenta?
Para interagir com o autor: erich@universidadedofutebol.com.br