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Dois meses. Esse foi o tempo que durou a paz de Adriano no São Paulo. Até que foi muito. Afinal, já são alguns jogos que o atacante não marca e também que o time paulista não engrena dentro de campo. Mas, se a imprensa estava até que paciente, bastou o primeiro deslize público para tudo desandar.
 
Desembarcar de viagem sem o uniforme do clube, chegar atrasado ao treino, ter o carro batido por um amigo, sair antes do treinamento após discutir com o superintendente de futebol do São Paulo.
 
De fato foi uma seqüência intensa, no melhor estilo “24 horas”, para um craque que perdeu o pé depois que, pelo visto, perdeu a cabeça pelas farras da vida que fazem parte de quem tem 20 e poucos anos. Mas que não devem, pelo menos publicamente, aparecer no cotidiano de um jogador de futebol. Ainda mais se ele for um atleta de primeira grandeza.
 
Adriano acertou ao trocar a badalada Milão pelo midiático São Paulo. O clima para ele na Itália não estava bom. Já em terras brasileiras ele foi recebido de braços bem abertos, prontos para dar o carinho que um atleta quer ter. Em troca, não se pedia muito. Apenas boas exibições, gols e, de preferência, a conquista de títulos para o campeoníssimo São Paulo.
 
O script era o melhor possível. Faltou ao ator principal ensaiar um pouco melhor a peça.
 
Adriano não está assessorado neste retorno ao país de origem. Não existe um conselheiro amigo, de confiança, preparado para dar o puxão de orelha necessário a quem está próximo de abrir mão de uma das mais promissoras carreiras desde o fenômeno Ronaldo, o Fenômeno.
 
Faltou ao atacante tricolor a ajuda de um assessor para preservar uma imagem já mundialmente desgastada. Se, desde o avião onde supostamente o atleta suou a ponto de ter de trocar de roupa, alguém bem preparado estivesse a seu lado, nenhuma crise teria acontecido.
 
Adriano teria esperado o furacão da mídia passar para então descer. Ou sairia ao lado do técnico Muricy Ramalho, explicando o motivo da troca de roupa ali, na hora, sem dar margem a suposições. Pior ainda foi a revolta no dia seguinte, durante o treino, quando além do atraso foi indagado sobre o acidente envolvendo seu carro, mas não a sua pessoa.
 
Resultado: mais um dia se passou, com a imprensa mundial malhando o imperador, até que viesse uma coletiva de imprensa para Adriano voltar no tempo até dezembro de 2006.
 
Sim, quem estava acompanhando de perto o Campeonato Italiano sabe que Adriano já havia culpado a pressão da imprensa dizendo que ela só existe porque ele é ele, campeão de uma Copa América e de uma Copa das Confederações. E que a resposta viria com os gols e o bom futebol.
 
Roberto Mancini, técnico da Internazionale, agüentou um ano esse papo. Agora, pegou mal ele rebobinar a fita e só apertar a tecla SAP para falar em português. Quem acredita nesse discurso?
 
Pelo visto a tolerância do São Paulo está próxima do fim. E o abandono da gestão da imagem de Adriano leva ao desespero.
 
Alguém realmente acredita que ele possa voltar a ser o Imperador?
 

Talvez, nem ele.

Para interagir com o autor: erich@universidadedofutebol.com.br

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