Semana passada eu disse que se você quisesse jogar bola na Inglaterra, que procurasse o Liverpool. Agora, continuando o meu grande serviço público de aberturas de mercado do futebol, sugiro – mais ainda do que a Inglaterra -, que você procure outro país parecido, mas com uma moeda um pouco mais fraca. Quer dizer, cada vez mais fraca. Estados Unidos, ei-los.
Os Estados Unidos, como qualquer país desenvolvido, sofrem um problema de escassez de talento para esportes, em especial o futebol. Países com maiores desigualdades sociais revelam mais talentos. Países mais iguais, menos. Não obstante, o futebol por aquelas bandas anda crescendo, e bastante. Para se ter uma idéia, a MLS, principal liga de futebol do país, aumentará o número de equipes para 15 em 2009 e 16 em 2010.
Entretanto, tamanho crescimento de clubes não corresponde ao crescimento do número de revelação de jogadores. Com isso, a liga acumula um óbvio déficit de trabalhadores e precisa importar talento de outros países. E é aí que surge a oportunidade para o Brasil, e talvez para você, uma vez que aqui continua sendo a grande região fornecedora de talento do futebol mundial. Relação pura e simples de oferta e demanda.
A premissa é mais ou menos a que vale para o mundo todo. Na medida em que os mercados vão abrindo mais jogadores vão sendo exportados, uma vez que não se produz jogador de futebol profissional do dia para a noite. E talvez seja essa expansão mundial do futebol que seja a mais importante razão para a crescente exportação de jogadores brasileiros. Não a Lei Pelé e nem nada do tipo. A razão é pura e simples de mercado. Quem precisa, compra. Quem não precisa tanto, vende.
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