Caros amigos da Universidade do Fubebol,
Como sabemos, o futebol atingiu na atualidade um nível muito alto de popularidade em todo o mundo. Em raríssimas exceções como nos Estados Unidos e Índia o futebol não é o esporte mais praticado e assistido pela sociedade.
E foi justamente por conta dessa popularidade que o esporte ganhou contornos comerciais relevantíssimos. Os melhores jogadores recebem altos salários, direitos de imagens são vendidos a preços aviltosos para empresas de mídia, e empresas pagam verdadeiras fortunas para estarem nos melhores lugares das melhores competições e clubes.
Quando o esporte chega a esse nível, o grande desafio passa a ser a manutenção da posição. Novos desafios passam a existir, ameaçando a atual situação de popularidade e comercialização do esporte.
Um deles, que gostaríamos de abordar nesta coluna, é a indústria das apostas e as atividades irregulares de manipulação de resultados. Esse problema se alastra pelo mundo. De diversas formas. A Juízes, jogadores, e, por vezes, a times inteiros, são oferecidas quantias e benefícios para distorcerem o desfecho natural de uma partida.
No Brasil tivemos recentemente descoberto um grande esquema de arbitragem e manipulação de resultados. Na Italia idem. Em Portugal, o famoso “processo do apito dourado” também está estampado em todos os jornais esportivos. O Caso do FC Porto é destaque atual (vide comentário abaixo).
Enfim, todos esses problemas causam um descrédito por parte de torcedores, telespectadores, etc, causando, em efeito cascata, um descrédito por parte de empresas patrocinadoras, meios de comunicação. Ao final das contas, é um “vírus” que pode levar a uma queda da popularida de futebol e uma perda econômica generalizada.
Vejam que as apostas ilegais conseguem ter piores efeitos do que outros problemas, como o doing por exemplo. Neste, os atletas tomam medicamentos irregulares para, ao menos, vencerem as competições (que é o princípio básico das competições). Naquele, os desvios de conduta levam atletas e times a perderem jogos, o que desvirtua completamente o esporte.
Com essa visão sobre a importância deste problema, na Europa diversas medidas já estão sendo tomadas. Uma delas, acontece na organização em que atualmente estou envolvido. A Associação das Ligas Profissionais Européias vai assinar na próxima segunda-feira, uma cooperação com a ESSA (empresa que trabalha com segurança em apostas esportivas na Europa).
De acordo com esse acordo, qualquer irregularidade em padrões de apostas, ou qualquer conflito de interesses identificado nas casas de apostas, será imediatamente comuncado aos órgãos desportivos competentes para que, eventualmente, possa ser suspensa uma partida em que sejam constatados elementos suficientes para indicar “apostas irregulares”.
Essa é uma das iniciativas. Mas outras também podem ser pensadas, com base na cultura e costumes de cada país. No Brasil, as apostas são detidas pelo Estado, e não são como na Europa.
O importante não é “como fazer”, mas sim “efetivamente fazer”. Para que o futebol continue representando um importante elemento na vida da grande maioria das pessoas que habitam este planeta.
Para interagir com o autor: megale@universidadedofutebol.com.br