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O mundo da infoera tem se curvado as peripécias e ousadia dos rapazes que em 1998 não conseguiram vender um site de busca que haviam desenvolvido e resolveram montar uma empresa nos EUA de nome Google.

De lá para cá, os produtos e serviços que a Google desenvolve no mundo da internet têm dominado o mercado e muitas vezes tomado o espaço de concorrentes gigantescos como a Microsoft e o Yahoo. Qual o segredo desse sucesso? E o que isso tem a ver com tecnologia e futebol.

Muito mais do que se imagina, pelo menos sob o ponto de vista da estratégia e visão de futuro, que permitem a empresa lançar-se na frente das demais com atitudes e decisões que beiram a contradição, ao menos para os olhos de nós, leigos no mercado, e inclusive de alguns ditos experts.

Para quem não conhece Google além do nome da empresa é nome de seu pioneiro produto de busca na internet, aquele no qual procuramos tudo o que queremos e não queremos, é a empresa de servidor de email Gmail, do Orkut, do Youtube, do Google Maps, do mais recente lançamento Chrome, e por ai vai.

E todos eles são serviços gratuitos que, em boa parte, antes de seus lançamentos eram serviços privados de seus concorrentes. E quem nunca se perguntou diante dos fatos: Como a Google ganha dinheiro com serviços oferecidos gratuitamente e com praticamente nada de publicidade?

É um pouco dessa visão que falta aqueles que deveriam investir em tecnologia, e por que não no futebol profissional de maneira mais ampla. Não! Não significa buscar na gratuidade a solução, mas sim nas estratégias criativas que viabilizem projetos e auxiliem na captação dos recursos, tão escassos para questões sérias e importantes no futebol, haja visto que tal escassez torna-se abundância quando pensamos em outras finalidades.

Mas a Google poderia ensinar muito mais ao futebol. Numa recente disputa de mercado a sua concorrente Microsoft articulou a compra da também gigante Yahoo, que vinha em declínio e desvalorização, fusão essa que causaria grande impacto no mercado.

Quando todos esperavam um posicionamento forte da Google perante às leis para evitar o poderio que se formaria, a empresa mais uma vez viu de forma criativa uma solução. Através de um acordo, ofereceu à Yahoo o uso de seu mecanismo de busca, elevando as receitas de ambas as empresas. Essa valorização da concorrente fez com que a Microsoft esfriasse o interesse.

Oras, a Google poderia ter brigado e tentado impedir legalmente a junção, ou até mesmo pleitear adquirir a Yahoo, mas compreendendo que o investimento no mercado como um todo, ainda que gere lucros para os concorrentes (no caso a Yahoo) é também muito vantajoso para si mesmo.

Calma amigo, se não desistiu do texto até aqui, começo a deixar mais claro o que pretendi mostrar com esse exemplo.

A visão estratégica de uma empresa de tecnologia, que vê no crescimento do mercado e na concorrência, o espaço para o próprio crescimento, mostra ainda que  a capacidade de pensar, de utilizar a criatividade no uso dos recursos e da própria tecnologia é que faz a diferença.

Remeto imediatamente a um serviço prestado na Inglaterra para Manchester United e Chelsea. Cada equipe tem na sua arena um aparato tecnológico que permite acesso a um incomensurável número de informações técnicas, táticas e física dos jogos. De comum acordo, e com uma visão similar a do Google, de o que faz a diferença é o uso que se faz da tecnologia e não a tecnologia em si, abrem as informações quando jogam como mandante para que o adversário utilize da tecnologia em seu estádio.

Seria muito comum, se pensarmos no Brasil, um time mandante usufruir unicamente das informações, vetando o acesso a seu adversário. Mas estão errados os ingleses? Jogando fora, conseguem receber informações, ainda que tenham que abri-las quando jogam em casa.

É ai que mora a consciência do mundo moderno de informação e tecnologia, mais vantajoso é investir e  desenvolver o setor  como um todo. Os méritos ficam para quem usa melhor e sabe como transformar dados em solução prática.

Bom, nos resta esperar que alguns rapazes resolvam fazer uma Google no futebol brasileiro, e que estes não sejam vistos como loucos sem a menor noção do que estão falando…

Para interagir com o autor: fantato@universidadedofutebol.com.br

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