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Em determinado momento da temporada de 2005-2006, o Valencia resolveu que era hora de construir um estádio novo. Novinho em folha.

‘O maior estádio do mundo’, queriam alguns. ‘Um ícone mundial e um símbolo para a cidade’, queriam outros. A soma da primeira frase com a segunda frase, quando ambas se referem a um estádio de futebol, é igual a um projeto caro e superestimado. Sempre. Se tem uma coisa que encarece um estádio de futebol é o adjetivo ‘icônico’. O valor ficou próximo dos 400 milhões de euros.

O Valencia queria crescer, e esse crescimento se apoiava em duas coisas: um estádio novo e um time de qualidade dentro de campo. Nada mais justo para aquele que se considera o terceiro maior clube espanhol, e era, na época, um dos vinte mais ricos clubes da Europa.

Então eles começaram a construir o estádio, mas pararam de ganhar as coisas dentro de campo. Briga contra o rebaixamento, goleadas sofridas de rivais, esse tipo de situação que sempre está no roteiro dos clubes em crise. Aí demitiram o técnico e trocaram de presidente.

E o novo presidente acabou de anunciar a paralisação das obras do estádio. No meio do caminho. O concreto já ta de pé, o monstro já está erguido, mas tiveram que dar um tempo no esquema. O argumento é que, bem, o dinheiro acabou. O Valencia quase quebrou. Tem dívidas que não podem ser refinanciadas. A área do estádio antigo, que era um dos trunfos para a aquisição de capital que pagasse parte do projeto do no estádio, não foi vendida, tampouco tem interessados. Culpa da crise mundial, dizem os porta-vozes do clube, que dizimou o mercado imobiliário europeu e, em especial, o espanhol.

Para colaborar, uma das promessas de campanha do novo presidente era manter os principais jogadores: David Silva e David Villa, o astro maior. Isso levou o Valencia a recusar uma proposta de uns 300 milhões de reais do Manchester City pelo Villa, conforme especulações não confirmadas.

O resultado é que, além das obras do novo estádio paralisadas, o salário dos jogadores também estão atrasados. O Valencia está num dos momento mais delicados da sua história, beirando a bancarrota. Culpa da crise, e da péssima performance dos dois últimos anos. Uma outra regra da construção de estádios é que é quase impossível construir um novo sem que haja reflexos diretos dentro de campo. Construção do novo estádio (Connve) mais arquitetura icônica (Aicon) em um cenário de crise mundial (Crmnd) é igual a resultados fracos (Resfr). 

Crmnd (Connve + Aicon) = Resfr

Quando se tenta transformar essa soma, o produto da equação gera conseqüências severas para o clube.

Pura matemática.

Para interagir com o autor: oliver@universidadedofutebol.com.br

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