Caros amigos da Universidade do Futebol,
Na coluna da semana passada discutíamos o poder dos grandes clubes de futebol, em vista dos últimos acontecimentos no mundo do futebol profissional na Europa, nomeadamente as reuniões do conselho executivo da Fifa e da Uefa, e dos rumores na mídia sobre uma eventual criação da chamada “super league”, uma liga independente dos principais clubes europeus.
Discutíamos também qual seria o efeito prático da criação de uma liga independente das federações. Quem teria mais poder?
Essas discussões são bastante teóricas, e muito longe de um acontecimento real, na prática. Isto porque, em nossa opinião, nenhum dos dois lados da balança (clubes de um lado e federações do outro) dariam um primeiro passo nesse sentido, o que certamente traria consequências negativas para muitos envolvidos, atletas e torcedores, entre outros. O risco seria muito grande.
O fato é que, coincidência ou não, tivemos um anúncio público ontem, entre Uefa e ECA (Associação dos Clubes), em que foi externado um aumento das verbas a serem repassadas aos clubes com relação às receitas da Liga dos Campeões.
As verbas que aumentam são, especificamente, para clubes que não participam da competição e também àqueles que são eliminados na fase de grupos.
Quem ganha é o futebol como um todo, já que clubes menores terão maior acesso (ainda que pouca coisa) a verbas da competição para melhor estruturarem suas categorias de base.
Ao final das contas, vemos que clubes e federações na Europa continuam cooperando, o que distancia ainda mais qualquer hipótese de “super league”.
De toda forma, há que se ressaltar a força dos clubes no anúncio em questão. Afinal, os rumores tiveram uma motivação específica? E tiveram o sucesso esperado? Ou foi tudo mesmo coincidência?
Perguntas que ficarão sem respostas.
Para interagir com o autor: megale@universidadedofutebol.com.br