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Caro leitor,
É sabido que a evolução da metodologia de treinamento pode trazer contribuições significativas à preparação das equipes e, consequentemente, elevar/qualificar o nível de jogo no contexto competitivo. Ao se referir sobre a evolução dos métodos de treino, três conceitos-chave devem ser considerados. São eles: visão de mundo, paradigma-emergente e especificidade.
Com estes conceitos bem compreendidos, que trazem novas abordagens sobre a interpretação da realidade (leia-se pensamento sistêmico) e buscam aproximar as situações-problema oferecidas aos jogadores nos treinamentos àquelas que irão se deparar na competição, a interpretação dos diferentes métodos de treino fica mais completa e a serviço da comissão técnica para utilização ao longo de um microciclo.
Na coluna desta semana, uma das reflexões que será proposta sobre a evolução dos métodos de treino (do analítico, ao integrado e, por último, o sistêmico) questiona a autossuficiência da mesma para o aumento da qualidade do nosso jogo.
Uma vez que estão cada vez mais frequentes e acessíveis as discussões sobre metodologia é preciso atentar-se ao fato de que a mesma não garante, por relação direta, um jogo mais elaborado e/ou qualificado.
Imaginemos, numa situação hipotética, uma comissão técnica que trabalhe sob um viés sistêmico, logo, respeitando o princípio da especificidade subordinado ao Jogo. Esta mesma comissão, conceitualmente atualizada em relação aos métodos de treino, tem como ideias de jogo poucas trocas de passes, poucos dribles, grande número de chutões/bolas em disputa, referências exclusivamente individuais de marcação, grandes distâncias entre as linhas da equipe e baixa mobilidade. Este exemplo, de certa forma extremo, retrata uma clara situação de que a evolução na aplicação dos métodos não garantem um melhor e mais belo desempenho de jogo.
E dos inúmeros desafios que o futebol brasileiro tem pela frente nos próximos anos, o de desenvolver grandes ideias de jogo, sem dúvida, é um deles.
Aliada à evolução da metodologia de treinamento, precisamos de profissionais em todas as esferas e contextos que se praticam futebol (da iniciação à especialização, da base ao profissional, dos clubes pequenos aos grandes, do futebol social ao de alto rendimento), dispostos a desenvolverem boas, belas e revolucionárias ideias de jogo.
Precisamos de ideias aplicadas que respeitem nossa cultura, nossa identidade, nossa história e ao mesmo tempo tenham capacidade de se adaptar às exigências e a dinâmica do futebol moderno.
Precisamos de jogos e jogadores de elevado nível técnico, ofensivos, de jogadas imprevisíveis e criativas para que possamos vislumbrar o retorno a hegemonia do futebol mundial.
Precisamos de jogos e jogadores cada vez mais coletivos, organizados e inteligentes. A pressão pelo resultado não deve ser um argumento para a pobreza de ideias. Ao contrário, deve ser um grande motivo para fazermos diferente, mais e melhor.
Temos todos os recursos disponíveis para associar a evolução da metodologia de treinamento às ricas concepções de jogo.
No alto nível do nosso futebol, quem conseguir desenvolver este processo com o máximo de sua potencialidade, seguramente criará uma nova ordem. Num país continental como o Brasil, precisamos de ideais da “nova ordem” surgindo e sendo aplicados em todas as esferas supracitadas.
Ouso arriscar quem pode ser um dos precursores para o surgimento de uma nova ordem no futebol brasileiro. No entanto, a princípio, deixo registrado somente em meus pensamentos.
Abraços, até logo e vamos em frente… Em direção à nova ordem, preferencialmente!

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