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Nas últimas semanas, o futebol alemão mais uma vez deu exemplo de que o trabalho sério e fundamentado (na ciência e não nos achismos), pode render valorosos frutos. A Alemanha sagrou-se campeã da Euro Sub-21 e da Copa das Confederações, batendo Espanha e Chile respectivamente, pelo mesmo placar de 1×0. A equipe que disputou a Copa da Confederações ainda possui uma particularidade, foi composta por jogadores jovens (na média de 23 anos) e jogadores que não são comumente convocados, a competição serviu de experiência para o treinador Joachim Löw observar jogadores, visando a convocação para a Copa da Rússia de 2018.

E estas conquistas do futebol alemão não são ao acaso, vem para complementar o título mundial conquistado no Brasil em 2014 e a medalha de prata nas Olimpíadas, também do Brasil, em 2016, resultados expressivos, fruto de uma reestruturação que o futebol alemão passou, e que teve início nos anos 2000, após eliminação ainda na primeira fase da Eurocopa.

Desde então a Alemanha investiu pesado na formação de jogadores. Cerca de 1 bilhão foram investidos na construção de centros de treinamentos para jovens espalhados pelos país, e que são abertos ao público, sem ligação com os clubes. A federação alemã passou a exigir que todos os clubes das séries A e B da Bundesliga possuíssem centros de excelência para suas categorias de base, uma “cartilha” de conduta para clubes foi criada, dentre outras exigências, onde além de manterem estruturas para as categorias menores, os clubes devem ainda cumprir com questões administrativas, como não poder gastar mais do que arrecadam. Os gastos com salários não podem ultrapassar 50% das receitas, não podem vender 100% de suas ações, sendo que 51% delas ficam com os torcedores. Esporadicamente os clubes são fiscalizados, e caso não consigam comprovar que estão cumprindo com as regras, podem sofrer sanções pesadas, chegando a poder ser rebaixado de divisão.

Ações como essa ajudaram a fortalecer o futebol alemão, além das recentes conquistas de importantes troféus, sua liga nacional tem a melhor média de público do mundo, cerca de 45 mil pessoas por jogo, só o Borrusia Dortmund tem média de 80 mil espectadores por partida! A média do Brasileirão gira em torno de 15 mil pessoas, menor que da segunda divisão alemã que é de 17 mil pessoas.

Os treinadores na Alemanha passam por um criterioso processo de formação, o que qualifica o trabalho dentro das quatro linhas. Vejamos a imagem que explica isso:

Fonte: https://daiotega.files.wordpress.com/2014/07/piramide_alemc3a3.png
Fonte: https://daiotega.files.wordpress.com/2014/07/piramide_alemc3a3.png

 

Os números alemães impressionam, porém, para todos os que levam o futebol a sério, e não somente com paixão, entendem que são marcas que o futebol brasileiro poderia também alcançar, ainda mais por termos mais que o dobro de território e população em relação a Alemanha. Mas, para isso, é preciso sair do comodismo e achismo que muitos insistem em permanecer, coisa que deveriam ter acontecido mais do que depressa após o fatídico 7×1 (que faz aniversário hoje, aliás). A máxima que “o futebol é assim, não vai mudar”, não cabe mais nos dias atuais.

Olhando para as duas últimas conquistas alemãs, podemos notar que todo esse trabalho vem dando resultado, é possível encontrar algumas semelhanças na forma de jogar da seleção sub-21 e da principal “B”. Claro que ambas enfrentaram situações bem distintas, a principal enfrentou o atual bicampeão sul-americana, o Chile, enquanto a sub-21 enfrentou a Espanha, de reconhecida competência na formação de jogadores. Para não estender muito, e até também pelos rumos que as partidas tomaram, a análise irá se ater à fase defensiva alemã, vejamos as semelhanças encontradas:

Imagem2
Sub-21

https://vimeo.com/224701535

Principal "B"
Principal “B”

https://youtu.be/2tKQRlm7HnQ

Estas são apenas pequenas amostras dos frutos que a Alemanha, após 17 anos do início de sua reestruturação, obteve. O projeto alemão segue a todo vapor e agora no mundial sub-17 poderemos ver aqueles que já iniciaram sua vida futebolística neste novo contexto, criado nos anos 2000. Vale a pena conferir o desempenho da equipe sub-17 e torcer para que nossos dirigentes, mesmo sendo medalhistas de ouro e pentacampeões mundiais, saibam se espelhar em nossos companheiros alemães, por enquanto, somente tetracampeões mundiais.

 

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