Entre para nossa lista e receba conteúdos exclusivos e com prioridade
Entre para nossa lista e receba conteúdos exclusivos e com prioridade

Olá, caro leitor. Você já, alguma vez, parou para refletir sobre isso? Até onde a sua visão sistêmica vai?

Assim como outros termos (integrado, agudo, atualizado, etc), o termo sistêmico tem sido muito utilizado no meio futebolístico nos últimos tempos, podemos dizer que “está na moda” dizer que se tem uma visão sistêmica do jogo.

Não tenho pretensão alguma de adentrar aqui na discussão do que é a visão sistêmica, o pensamento complexo. Tal missão o Prof. Dr. Alcides Scaglia já cumpriu com imensa maestria em coluna de 2007! Segue o link: universidadedofutebol.com.br/futebol-e-complexidade/. Grosso modo, de forma tosca, podemos dizer que ter uma visão sistêmica é buscar “enxergar o todo”.

Dentro disso, muitos acreditam que ter uma visão sistêmica se resume a enxergar “o jogo como um todo”, que o treinador deva conhecer/dominar aspectos fisiológicos, ou o preparador físico e treinador de goleiros entender de questões técnico táticas. Isso é um passo, um bom passo, mas só isso, ainda está de longe de uma postura de que alguém que possui uma visão sistêmica.

Esteja você em clube profissional, projeto social, escolinhas de futebol e afins, você conhece o organograma de onde está inserido? Minimamente sabe quem são as pessoas que estão inseridas no seu ambiente de trabalho e quais suas funções? Entende a dinâmica de funcionamento da sua empresa? Estando em um clube profissional, onde no Brasil, a grande maioria tem forte conotação política em sua administração, consegue lidar bem com essa esfera do clube?

No que diz respeito aos jogadores, com o aporte tecnológico dos dias atuais, é possível saber se estes estão bem nutridos e hidratados, se tiveram uma boa noite de sono (fisiologicamente falando), qual distância percorreram em um treino e/ou jogo, quanto desta distância foi em alta, média ou baixa intensidade, quantas ações técnicas corretas e erradas executaram, enfim, são muitas as possibilidades que hoje se oferecem. Recentemente vi um estudo que mensurou quantas vezes o Xavi Hernández virava a cabeça para enxergar o campo, companheiros e adversários, durante um jogo. Tudo isso é visão sistêmica! Mas não só isso!

Entendendo que os jogadores estão totalmente imersos no sistema jogo, o que nos faz levantar tantos e tantos dados sobre eles (se fazendo extremamente necessário saber como utilizar todos estes dados), é também preciso entender melhor todo o contexto que o afeta. O quanto realmente se conhece do meio social de onde ele veio? Do seu ambiente familiar? De suas reais capacidades cognitivas (que vai muito além de saber ler e interpretar um texto)? Tantas outras questões dos jogadores que extrapolam o campo de jogo, mas que tem influência direta sobre sua atuação dentro dele.

Muitas destas informações são, por diversas vezes, negligenciadas por comissão técnica e clube, às vezes, se restringem apenas às pedagogas(os) e psicólogas(os) dos clubes (isso quando se tem estes profissionais atuando), e que nem sempre tem total autonomia e poder de atuação. Se um jogador de ataque fica dois ou três jogos sem marcar um gol, grande preocupação aflige a todos, porém, alguém se preocupa se este jogador está há muito tempo sem ver os pais ou participar de uma atividade na escola com os filhos? Não seriam estes também fatores importantes a se considerar para avaliar sua boa ou má performance? Qual o contato que a comissão tem, sobretudo nas categorias de base, com os familiares dos jogadores? Muitos clubes reclamam (e com total razão) da atuação dos “empresários” com seus jogadores, “empresários” que buscam ter grande proximidade com os familiares dos jogadores, neste cenário, será que muitos problemas não poderiam ser evitados se clubes e profissionais não tivessem um olhar sistêmico para com a relação com os familiares?

E os resultados dos jogos? Estão sendo positivos? Ainda que a equipe tenha vencido as partidas, a forma como tem vencido, é uma forma significativa a todos? É forma que permite uma expressão individual e coletiva? Que dê projeção aos jogadores?

São muitos os questionamentos a serem feitos. Se ter um trabalho sistêmico é realmente seu objetivo, é impossível limitar seu raio de atuação. O sistema está em constante mutação, ele não é finito, portanto, finita também não deve ser a atuação daqueles que estão inseridos nele (sejam comissões técnicas, jogadores, gestores, etc.), cada um dentro de sua particularidade, pode contribuir de alguma forma para o crescimento do próximo e consequentemente para bem comum.

Até a próxima!

fim

Compartilhe

Share on facebook
Share on twitter
Share on linkedin
Share on whatsapp
Share on email
Share on pinterest

Deixe o seu comentário

Deixe uma resposta

Mais conteúdo valioso