Diante de uma feroz concorrência que se insere a indústria do esporte atualmente, a busca por novos mercados, sua cativação e fidelização é cada vez mais intensa. O futebol nacional concorre com a mesma modalidade (em outras categorias e campeonatos, como os estrangeiros), com outros esportes e com diversas opções de lazer que um indivíduo possui em um domingo à tarde, por exemplo. O produto que melhor resolver o “problema” do consumidor/torcedor em uma relação custo-benefício, vence.
Neste sentido o futebol tem sido observado – ainda que timidamente aqui no Brasil – como um produto. Muitos assustam ao ler a palavra “produto”. Por que não pensar assim? Já foi escrito neste espaço, que é possível desenvolver esta ideia quando respeitados os dois elementos mais importantes do esporte: o atleta e o torcedor. Discute-se muito sobre o potencial de mercado que o futebol brasileiro possui, não apenas o campeonato da primeira divisão, mas os campeonatos estaduais das diversas divisões, as categorias inferiores e as seleções brasileiras. O potencial é enorme!
Os clubes de futebol são donos do próprio conteúdo, através daquilo que são capazes de oferecer: um jogo de campeonato, um treino, uma coletiva de imprensa, um trabalho beneficente, até o próprio túnel de acesso ao campo nos instantes que antecedem uma partida (haja vista o trabalho recente do Manchester City FC). Tudo isso colocado de maneira organizada e sistematizada com todos os clubes, é capaz de fazer com que aos poucos haja esta transformação, novos mercados sejam conquistados, cativados e fidelizados. Para isso, é preciso planejamento estratégico e um trabalho de comunicação encaixado neste planejamento. Ao mesmo tempo, é necessário possuir espírito de iniciativa e inovação, capaz de romper com o círculo vicioso da política dos clubes de futebol do Brasil, acostumados ao fortalecimento do grupo interno em vez de terem uma visão de mercado.
Com tudo isso, é preciso enxergar o futebol como sendo um gerador de conteúdo e entretenimento. E isso não significa romper com a essência do esporte: o atleta e o torcedor. Pelo contrário, eles serão ainda mais respeitados, porque são quem gera e quem consome o conteúdo, respectivamente.