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O país e a sociedade brasileira enfrentam grave crise institucional e de princípios. Desde a irresponsabilidade no trânsito, de jogar lixo na rua até o crime organizado. A injustiça social, conservadorismo e intolerância. O futebol é reflexo disso tudo: a ausência – em grande parte – de profissionalismo em sua gestão, do tráfico de influência de alguns dirigentes, dos clássicos com torcida única e batalhas campais (entre os próprios atletas). O Brasil está doente. Muito doente.
Estamos em ano de Copa do Mundo – a pouco menos de quatro meses – e não se percebe a euforia nas ruas em torno do evento em comparação com os outros anos. Apesar de o treinador da seleção brasileira ser uma das poucas unanimidades deste país e da impecável campanha nas eliminatórias, o clima de Copa do Mundo não passa de uma leve brisa. Vai sim tomar forma com a aproximação do torneio. E a torcida pelo Brasil vai ser muito grande.
Isso porque, historicamente, não há nada que eleve tanto a autoestima quanto a seleção brasileira de futebol. Um dos maiores – senão o principal – produtos deste país. Desde a Copa de 1938 com uma equipe de diferentes origens étnicas e sociais, aliada ao sucesso da obra de Gilberto Freyre “Casa Grande & Senzala”, passando pelo fim do complexo de “vira-latas” (Nelson Rodrigues), aos noventa milhões em ação de 1970, pelo Plano Real de 1994, até o otimismo do início do século XXI, a camisa amarela da seleção de futebol é importante fator para a autoestima do povo brasileiro.

Seleção Brasileira de Futebol campeã do mundo em 1958. Foto: Divulgação

 
As chances de este enredo voltar a acontecer em 2018 são grandes. E não temos bons exemplos sobre a utilização – na maioria das vezes como instrumento político – deste produto esportivo que é o futebol do Brasil e, especificamente, a sua seleção. Entretanto, ao mesmo tempo, é inegável que ela possui um enorme papel social. E é este que pode ser o ponto de partida, diferente das outras vezes, a de que a seleção brasileira de futebol seja exemplo público de compromisso, trabalho sério, respeito, diálogo e planejamento. Princípios que estão escassos nestes tempos.
Uma vez um antigo treinador da seleção, durante uma Copa, disse que “a CBF era o Brasil que deu certo”. Preferível dizer que a seleção brasileira é o Brasil que pode dar certo. A conquista da Copa do Mundo não vai resolver os problemas do Brasil. E atualmente esta máxima também é unânime. Com tudo isso, este produto esportivo, que é a seleção, ao romper com o retrógrado e quebrar velhos paradigmas, pode servir exemplo para mudança que este país precisa.

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