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A análise de um jogo de futebol pode se basear por vários aspectos: o técnico, ou seja os gestos executados pelos jogadores de maneira individual; um chute perfeito, um cabeceio ou até a defesa de um goleiro. O aspecto tático que vai abranger mais as ações coletivas da equipe. O físico que vai pegar basicamente distâncias percorridas e velocidades máximas atingidas. E podemos analisar o jogo também sob uma ótica emocional e mental.
Todas essas vertentes, porém, trazem uma visão singular, através de um único viés, para algo que é complexo e sistêmico, que é uma partida de futebol. Ou não temos há todo momento o gesto técnico, envolvido com a inteligência tática, com a capacidade física para execução e a força mental e a coragem para tomar a decisão? Sim, ou seja, o jogo é um mix de tudo isso, ao mesmo tempo.
Pondero isso em todos os jogos que vejo para tentar entender o porque de uma derrota e também o porque de uma vitória. Minimizar e reduzir as explicações não cabe mais no futebol de hoje.
Por exemplo, no clássico Corinthians x Palmeiras ainda na fase de classificação do Campeonato Paulista, o técnico corintiano, Fábio Carille, escalou o time sem centroavante. Foi uma novidade. Mas só por isso o time dele venceu o de Róger Machado? Não! Foi também por isso. Porém, foi também porque o Corinthians nos gestos técnicos foi mais eficiente, convertendo em gol as chances criadas. Quando o Palmeiras teve oportunidade acabou desperdiçando. Por estar postado de uma maneira que o adversário não esperava, os corintianos precisaram correr menos para fazer mais. O popularmente conhecido como correr certo. E teve também a força mental que sempre acompanha o Corinthians nos jogos em sua Arena.
Em um jogo mais recente, quando o São Paulo eliminou o São Caetano: foi só o fator emocional que a chegada do técnico Diego Aguirre trouxe? Foi também por isso. Mas o treinador uruguaio alterou a equipe, deixando Petros no banco de reservas. E no intervalo colocou o garoto Lucas Fernandes que jogou bem demais. E teve a vontade do atacante Trellez que foi dividir com o goleiro adversário no lance do primeiro gol. Não dá para reduzir essa vitória a uma maior “intensidade” do São Paulo. O que é um jogo intenso? Para mim é quando há uma combinação positiva entre esses aspectos técnicos, táticos, físicos e emocionais. Assim como velocidade não se restringe a correr mais. E sim a ter tomadas de decisão e fazer a bola correr de maneiras mais velozes.
É fundamental o torcedor ter um olhar mais amplo ao tentar entender o resultado de uma equipe. Não dá para individualizar algo que é coletivo e tão complexo. Nem quando ganha e nem quando perde.

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