Rafa Márquez e a isenção da imagem

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O zagueiro mexicano Rafa Márquez é um dos maiores de sempre em sua posição no futebol mundial. Jogou em grandes clubes pelo mundo e é um dos poucos que disputaram cinco Copas do Mundo. Jogar ao lado de outros grandes futebolistas, a manter um alto nível em meia dezena de mundiais, ou seja, por aproximadamente vinte anos. Um atleta em potencial para eventualmente atrair um patrocinador. Muitas marcas podem estar em negociação com ele.

Ledo engano. Podem até estar. Entretanto Rafa Márquez enfrenta um processo da justiça norte-americana por envolver-se em lavagem de dinheiro de um narcotraficante do seu país natal. Em função disso nenhuma marca de origem estadunidense pode se envolver com ele. Ademais, a organizadora da Copa do Mundo, a FIFA, proibiu quaisquer pronunciamentos do atleta durante o mundial em coletivas de imprensa ou entrevistas exclusivas. Em princípio, a fornecedora de uniformes do México é alemã, alguns patrocinadores são mexicanos sendo um deles mexicano-americana e uma marca de bebidas, americana, o que impediria o defesa a ostentar a logo nos equipamentos de treino. Porém, a federação local optou por não ostentar nenhum apoiador no material usado por Rafa Márquez, a fim de preservá-lo esportivamente e as empresas, de maneira legal.

Até onde vai o futebolista em atividade, recordista de mundiais e com um incomparável palmarés e começa o que fora de campo é relacionado a um crime? É uma delicadíssima questão. Coloca em cheque os valores e princípios de todas as partes envolvidas. De maneira inteligente mas também levado a esta opção, Rafa Márquez optou pelo silêncio durante o desenrolar do processo jurídico. Simultaneamente a federação mexicana optou por não expor quaisquer patrocinadores na camisa de treinamento. Por associação, a impressão que se tem de um atleta pode também ter uma marca e, para quebrar uma boa imagem ou relação de confiança, basta um mínimo deslize.

Rafa Márquez (E) em treinamento pela seleção do México, sem os patrocinadores (foto: Divulgação)

 

Com tudo isso, antes de tudo um futebolista profissional – sobretudo o de uma seleção que joga uma Copa do Mundo – é um exemplo para a sociedade: é talvez a configuração máxima da meritocracia, algo tão pouco observado publicamente em nossa sociedade – e digo a brasileira. Ou seja, se alguém está “lá” (no Mundial de futebol) é porque merece, fez por onde. Até agora nada foi provado contra ele e, por isso, pode e merece estar lá.

 

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