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O Liverpool deu a volta ao marcador e tirou uma desvantagem quase impossível, sem seus principais craques. Classificou-se para a final junto com o Tottenham, que triunfou fora de casa de uma maneira ainda mais impossível. Bola no chão, futebol eficaz, eficiente e com excelência. Um produto espetacular.

Sem dúvida alguma que a indústria do esporte e o produto “Liga dos Campeões da UEFA” (o futebol europeu como um todo) passam pela qualidade da infra-estrutura oferecida, como por exemplo a qualidade do recinto de jogo: campo e instalações esportivas. No entanto, o texto desta coluna se atenta ao ponto em que o futebol como jogo passa a ser tratado como ciência, a fim de potencializar seus recursos e otimizar as oportunidades.

Liverpool celebra gol durante a vitória sobre o Barcelona (Foto: Divulgação)

 
Isso passa a ser feito de maneira mais intensa a partir dos anos 1990 e especificamente em Portugal. É impressionante a produção científica da Academia portuguesa sobre o futebol. Não à toa, em termos de rendimento a seleção daquele País – sobretudo – têm obtido ótimos resultados internacionais. Mas, para além disso, destaca-se a formação de futebolistas de ponta – a proporção per capita em relação aos seus habitantes destoa – mas também de treinadores e membros de comissões técnicas de nacionalidade portuguesa mundo afora. Nomeadamente, para além de José Mourinho, André Villas-Boas e Nuno Espírito Santo são apenas alguns exemplos.
Futebolistas do Tottenham comemoram gol na vitória sobre o Ajax. (Foto: Divulgação)

 

A questão não é a nacionalidade de quem gere e pensa o futebol dentro ou fora de campo. É de encará-lo como ciência, quantificar e qualificar para torná-lo, antes de tudo, melhor. Pensar além. Com isso, forma-se um produto muito bom para ser colocado no mercado, consumido de todas as formas pelo público. A partir do momento em que foi proposto fazer isso, o conhecimento ficou ao alcance de todos e motivou mais profissionais a buscá-lo. Vemos cada vez mais Guardiolas, Klopps, Barbieris, Pocchetinos e Larghis, e há muitos outros por aí.

O desenvolvimento de uma cidade, região ou país depende da sua capacidade inovadora. A inovação só vem com pesquisa, com a ciência. Economicamente, quantos destinos turísticos diferentes o futebol e o esporte não potencializaram ou produziram novos nos últimos anos? É inegável o contributo do desenvolvimento do jogo ao futebol como um produto. 

Portanto, o futebol é fato social total (Marcel Mauss) e ao ser encarado como tal é exemplo de como a ciência pode colaborar com ele. A evolução do jogo proporcionou avanços não apenas científicos, mas também tecnológicos. Ademais, uma nova ordem política e econômica está em curso e o futebol, têm sido um dos responsáveis por ele. Ainda há tempo para fazer uma contra-balança, a partir do momento que estivermos dispostos a romper com o senso comum e inovar. Não só o futebol, mas todo um país.

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Em tempo mais uma citação que se relaciona com o tema da coluna:

Os que têm estudo explicam a claridade e a treva, dão aulas sobre os astros e o firmamento, mas nada compreendem do universo e da existência, pois bem distinto de explicar é o compreender, e quase sempre os dois caminham separados.

João Ubaldo Ribeiro, em “O Albatroz Azul”

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