A conquista da América

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Está aberta a temporada de excursões e jogos amistosos, dos grandes clubes europeus, para a América do Norte.

Mais precisamente para os Estados Unidos.

Essa prática vem sendo repetida nos últimos anos e tem provocado benefícios tanto para o futebol europeu quanto para o desenvolvimento do mercado americano.

O interesse em acompanhar de perto clubes como Milan, Real Madrid, Barcelona, Chelsea e Manchester United movimenta o contexto desse esporte no país, ao atrair canais de TV – que irão transmitir os jogos e torneios para todo o mundo –, estádios lotados para ver grandes ídolos de perto, bem como oportunidades de intercâmbio de negócios.

Naturalmente, ao se associar a inteligência norte-americana na formatação e gestão de eventos esportivos, com a necessidade de conquista de novos mercados e consequente geração de receitas, o que se vê é um movimento de internacionalização do futebol, como atividade econômica, cada vez maior.

Em torno das disputas dentro de campo também existe uma avidez junto à exploração plena de oportunidades comerciais: venda de merchandising oficial; ingressos para treinos; ingressos para os jogos; venda dos direitos de TV; negociação de patrocínios locais; clínicas para crianças; observação de talentos locais e/ou transferência de jogadores consagrados, mas em final de carreira, para os EUA.

Um grande exemplo: o Real Madrid cobrará pouco mais de 300 euros para quem quiser acompanhar um treino do clube, com direito a sessão especial de autógrafos com Casillas e Sergio Ramos. Os mais baratos estão cotados a quase 70 euros.

Já para os jogos amistosos, cobram-se 448 euros para ver o clube enfrentar o Los Angeles Galaxy com Beckham em campo.

Ainda há outro fator de geração de receita que é a cota mínima que os clubes cobram para que uma determinada empresa adquira os direitos de exploração comercial (licenciamento) oriundos dos jogos/excursão.

Até mesmo clubes tidos como pequenos, como é o caso do Celtic, da Escócia, vão aproveitar a pré-temporada para expandir sua marca e gerar novas e valiosas receitas.

Já há algum tempo que se esboça uma discussão maior, aqui no Brasil, para adequar o calendário nacional – maior entrave alegado pelos clubes – ao europeu, o que permitiria, dentre outras coisas, a realização de jogos amistosos e a participação de torneios lá fora.

Algo ainda mais evidente em tempos de estrelas do porte de Seedorf e Forlán – ícones internacionais que, associados a clubes de êxito recente dentro e fora de campo, como Corinthians, Santos, Inter, São Paulo, podem despertar o interesse da audiência e dos mercados estrangeiros.

Também gostaria de ousar pensar que o Brasil poderia receber estas excursões dos clubes europeus aqui dentro de casa.

Ou não estamos na América?

Diferentemente do que ocorreu na história do continente, não vejo como algo predatório, extrativista.

Vejo como sinal de evolução da nossa indústria do futebol e, sobretudo, que também o Velho Mundo quer conhecer de perto o Novo Mundo.

E ensinar bastante coisa para nós.

Deixariam mais do que levariam na bagagem de volta.

Para interagir com o autor: barp@universidadedofutebol.com.br
 

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