A vertente física do jogo de futebol no treinamento com Jogos – parte III

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Dando continuidade ao tema da vertente física do futebol sob a ótica da Periodização de Jogo, esta semana serão discutidas algumas possibilidades de treinamento com tempos superiores a 30 segundos e com até 5 minutos de duração por série.

Conforme pode ser visto nas colunas iniciais que abordaram o tema (parte I e parte II), para esta faixa de tempo os jogos assumem, se corretamente aplicados, um caráter glicolítico.

Em linhas gerais, todas as atividades que podem ser trabalhadas por até 30 segundos de duração por série e que foram apresentadas no texto anterior (finalização, reposições, cruzamentos, penetrações, ultrapassagem, mobilidade, 1×1, desarme, pressão, recuperação imediata) também podem ser realizadas para esta faixa de tempo.

Exceção feita ao jogo de bolas paradas que, pela sucessão repetitiva de pausas e cobranças (de faltas, escanteios e laterais), inviabiliza o caráter glicolítico da atividade. Se após as cobranças o treinador optar por estender as transições para se aproximar do estímulo glicolítico, pode diminuir a densidade das ações de bola parada e, consequentemente, fugir do objetivo inicial.

Para esta faixa de tempo, outras ações táticas intensas podem ser estimuladas, como: ataque rápido, zona pressionante, bloco alto, flutuação, compactação. Em termos ofensivos, orientam-se atividades relacionadas à progressão ao alvo adversário e à finalização; já em termos defensivos, orienta-se atividades relacionadas à recuperação da posse de bola.

Em espaços menores, de até ¼ das dimensões oficiais, as atividades devem envolver pequenos e médios grupos com, no máximo, 6 x 6 jogadores. Neste formato, encontram-se atividades com um nível de complexidade inferior ao jogo formal. Estas dimensões, além de permitirem a abordagem ideal de diversos conteúdos nas categorias de formação, são também uma boa alternativa para um grupo de jogadores que não está participando da parte principal do treino, ou então, um pequeno grupo de atletas que não foi convocado para uma determinada partida e precisa treinar em especificidade.

Nos espaços maiores e também com mais elementos, de 7×7 a 11×11, os jogos criados devem adquirir maior semelhança com o futebol. Sendo assim, eleva-se o grau de complexidade e diminui-se a quantidade de ações técnicas para cada jogador.

Para garantir o estímulo predominante do metabolismo pretendido é indispensável a utilização de regras que acelerem o jogo, por exemplo: restrição do número de toques, limitação de toques para trás, retirada dos arremessos laterais, tempo para recuperar a posse, tempo para finalizar, tempo para chegar ao campo de ataque. Logicamente, as regras devem ser estabelecidas em função do que precisa ser trabalhado (já vi casos em que primeiro se definem as regras para depois o objetivo do treino).

O tempo de pausa utilizado é de, aproximadamente, 50% do tempo de estímulo. Então, para um esforço de 4 minutos, com muitas acelerações, mudanças de direção, alguns saltos, alguns sprints, algumas ações técnicas, recupera-se por cerca de 2 minutos. O tempo de pausa, inclusive, é o momento ideal para os ajustes e intervenções para manter a qualidade do treino e direcioná-lo para o cumprimento do seu objetivo. Como pretende-se uma velocidade de jogo aumentada, intervenções diretas durante o tempo de estímulo podem limitar a intensidade do exercício.

Após a publicação da próxima coluna sobre o tema, referente às atividades com mais de 5 minutos de duração, será apresentado uma proposta de microciclo de uma Periodização de Jogo, aplicada na equipe que trabalho atualmente.

Enquanto isso, como de costume, aguardo críticas, opiniões e sugestões para enriquecermos as discussões.

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