Detecção de Talentos – Parte I

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Olá, leitor!

Diz um provérbio português que “de médico e louco, todo mundo tem um pouco”. Este provérbio pode ser facilmente adaptado para realidade brasileira da seguinte forma: “de médico, treinador e louco, todo mundo tem um pouco”.  Vivemos em um país que respira, que vive o futebol intensamente, é fato inegável que a grande maioria da população, seja de que classe social for, consome o jogo de bola com os pés trazido por Charles Miller* ao Brasil.

Aliada a toda comoção que o jogo gera no Brasil, a maioria dos brasileiros se julga um “entendido no assunto”, sempre tem uma análise profunda do último jogo de sua equipe, dos erros que o técnico cometeu, do que o jogador deveria ter feito naquele lance… E, possuem um craque (seja ele a idade que for) em casa, no time do bairro ou da escolinha, esperando uma oportunidade de ser descoberto. O futebol é o esporte que mais atrai repercussão midiática e ingestão de recursos financeiros, visto que atualmente vivemos em uma sociedade que associa status e o poder econômico a ter sucesso e felicidade na vida, não fica difícil de compreender o porquê de tantos “olheiros”, pais, meninos (talvez este ainda sejam mais motivados pelo amor e prazer que o jogo propiciam) desejarem entrar no mundo do futebol de alto rendimento, cuja principal porta de entrada são as categorias de base dos clubes de futebol.

A maioria dos clubes formadores no Brasil inicia o seu processo de detecção e capitação de talentos bem cedo, em suas categorias sub-10, 11, 13 e 14 (os que possuem equipes de futsal começam ainda mais cedo). Os clubes que dispõem de maior estrutura, contam com observadores e parceiros (projetos, escolinhas, etc) espalhados por todo país (sem contar os que possuem fora do Brasil). De semana a semana são muitos os meninos que chegam aos clubes para serem avaliados pelas comissões técnicas, esporadicamente acontecem seletivas (as famosas peneiras) que reúnem vários aspirantes a jogador, e ainda são inúmeros os contatos diretos que os pais ou os próprios meninos fazem com os clubes no intuito de serem avaliados.

Sim, diferente do que muitos pensam, nos grandes clubes, existem muitas oportunidades e possibilidades (sobretudo para os mais novos) para que os meninos sejam observados e avaliados. Esta observação pode acontecer dentro ou fora do clube e, obviamente, não é um processo isento de falhas, mas somando-se a quantidade de clubes, parceiros e observadores, a margem de abrangência é muito grande. É um tanto injusto dizer que não há oportunidades.

Sendo satisfatória a oferta de oportunidades de avaliação, se faz necessário compreender que inversamente proporcional é a quantidade de vagas, há uma pequena demanda (vagas nos clubes) para uma grande oferta (meninos querendo preencher as vagas). A responsabilidade de quem avalia, de quem oportuniza, é muito grande, é necessário entender o que o clube busca, que características pretende encontrar nos jogadores, o diferente nível de exigência para cada idade, o potencial de evolução que este jogador demonstra, nível de maturação, estes e outros parâmetros quando bem diagnosticados tendem a diminuir a margem de erro, que invariavelmente vai acabar ocorrendo.

Quem avalia está lidando com os sonhos de pais e meninos, com os objetivos a longo prazo do clube, portanto, este processo não pode ser algo simplesmente mecânico, puramente frio, que somente separa os “bons” dos “ruins”. Minimizar os erros deste processo é preciso, refletindo sobre eles poderemos promover uma detecção de talentos mais humana, justa e precisa, e esse assunto continuará numa próxima coluna. Até lá!

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